Na ressaca do Future Places, no Porto, e do Semibreve, em Braga, e em antevésperas do festival Madeiradig, na Ilha da Madeira, chegou a vez de Lisboa nos surpreender com um fresquíssimo evento dedicado à cultura digital.
Dirigido pelo artista António Cerveira Pinto, The New Art Fest afirma-se como um evento internacional dedicado aos “new media, post-internet art e internet of things” e apresenta, de 3 a 10 de Novembro, uma prometedora diversidade de projectos de criadores nacionais e estrangeiros, em áreas como a instalação multimédia, projecção e performance audiovisual e a realidade aumentada.
Na intersecção entre a arte, a tecnologia e a ciência, o festival não se circunscreve a um espaço físico, desdobrando-se pelo contrário de forma rizomática por uma Lisboa física e virtual: do Museu Nacional de História Natural e da Ciência ao Mercado da Ribeira, passando pelas montras de lojas no Chiado e diversos suportes audiovisuais da cidade, e marcando ainda presença no tão badalado Web Summit.
André Sier, Carlos Noronha Feio, Eva and Franco Matte, Leonel Moura, Lynn Hershman Leeson, Margarida Sardinha, Mateusz Herczka, Miguel Palma, Miza Coplin e John Klima são alguns dos artistas convidados para expor ao longo de diferentes contextos programáticos com nomes sugestivos como bit street, bending ou continuum.
Um dos destaques do evento vai para a performance do inglês Ryan Kirkbride e da colombiana Alexandra Cárdenas, que terá lugar hoje, dia 4 de Novembro, às 21h30 no Mercado da Ribeira. Em Flâneuse, Cárdenas utiliza a técnica conhecida como live coding para manipular em tempo real os sons recolhidos nas várias cidades por onde vai passando, como Tóquio, Berlim ou Cidade do México.
Bastante utilizada nas artes performativas, o live coding é uma técnica de programação em tempo real usada para criar e processar, de forma improvisada, conteúdos digitais, sobretudo som e imagem. Frequentemente, código é projectado à medida que vai sendo escrito, tornando assim o processo de criação visível para o público.
Segundo a organização, o festival pretende explorar e optimizar o potencial de Lisboa enquanto coordenada estratégica de "aproximação criativa entre África, a América e o Oriente". Este primeiro ciclo completa-se no dia 10 de Novembro com um seminário sobre a inovação cognitiva nas artes contemporâneas a realizar no MNHNC, do qual participarão enquanto oradores Rudolfo Quintas, Adelaide Ginga, José Oliveira, Leonel Moura e Miguel Petchkovsky.