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Creative Four: ressuscitar a arte no Camboja

Irmãos Génios

 

Num esforço para ajudar a contrapor os efeitos brutais do governo do Khmer Rouge no Camboja — sob o domínio do qual cerca de 90% dos artistas e intelectuais do país foram exterminados — a ONG Let Us Create Cambodia está a desenvolver várias iniciativas para reavivar as artes e o pensamento crítico, especialmente entre as crianças do país.

 

 

Entre as iniciativas desenvolvidas pela ONG, destacam-se acções de arte-terapia, a construção de uma escola de artes, a integração e educação de crianças e, mais recentemente, o projecto Cambodia Creative Four, que ficámos a conhecer através da portuguesa Sílvia Lopes, responsável pela comunicação, marketing e angariação de fundos da ONG.

 

 


O projecto Cambodia Creative Four pretende convidar ao Camboja uma superequipa de quatro criativos internacionais — músicos, pintores, actores, artistas em geral — que, durante um mês, terão a oportunidade de ensinar a sua arte às 100 crianças participantes. Como mecanismo de selecção dos quatro afortunados criativos, a Let Us Create Cambodia está a aceitar, até ao dia 13 de Abril, aplicações em formato vídeo. A título de exemplo, já está online o vídeo do Francisco Henrique, concorrente português a uma das vagas.





Para co-financiar a iniciativa, a Let Us Create Cambodia criou ainda uma campanha de crowdfunding na Kickstarter, cujos fundos contribuirão para pagar as viagens e despesas dos quatro voluntários seleccionados, bem como os materiais necessários para os workshops e actividades a realizar. As contribuições começam nos 5$ (cerca de 3.60€), isto é, menos do que um maço de tabaco ou do que três cervejas no café do Aires. Se gostavas de ajudar a reavivar a arte no Camboja e a fazer 100 crianças muito felizes, clicka aqui. Se, antes de mais, preferes entender porque é que isso é tão urgente, então continua a ler.






Arte? Camboja? Khmer Rouge? 


Para quem não sabe ao certo, o Camboja é um pequeno país no Sudeste Asiático com cerca do dobro da área de Portugal. Depois de quase 100 anos sob o domínio francês, ganhou a sua independência em 1953, tendo reinado o príncipe Sihanouk até 1970, ano em que foi deposto por um golpe militar de direita liderado pelo tenente-general Lon Nol.

É aqui que entra em cena o Khmer Rouge. Embora, em 1970, esta organização comunista de guerrilha constituísse ainda um movimento de dimensões relativamente reduzidas, os bombardeamentos americanos durante a guerra do Vietnam, aliados à colaboração de Lon Nol com os Estados Unidos, viriam a atrair novos recrutas para a organização, bem como o apoio militar da China e do Vietnam do Norte.

Em 1975, depois de 5 anos de guerra civil contra o regime de direita de Lon Nol, o Khmer Rouge consolidava finalmente o seu domínio sobre todo o Camboja, sob a liderança de Pol Pot. Assim começava um programa extremista para a reorganização social do Camboja, que tinha como objectivo a transformação do país numa sociedade 100% agrária, livre do dinheiro, da religião, da tecnologia e de toda a acção ou pensamento que se lhe opusesse.

Direitos políticos e civis abolidos, os habitantes das cidades viram-se forçados a ir trabalhar para o campo, sendo assassinados aqueles que se recusassem ou que não se deslocassem dentro do prazo estipulado. Fábricas, escolas e hospitais foram fechadas, templos milenares destruídos, a música e as rádios foram proibidas. O Khmer Rouge procedeu então ao implacável extermínio de quase todos os artistas, intelectuais, monges e pessoas instruídas em geral: médicos, professores, advogados, engenheiros e cientistas, todos sucumbiram ao o terrível lema "Não há beneficio em manter-te vivo. Não há prejuízo em destruir-te." Estima-se que, ao todo, tenham morrido cerca de 2 milhões de pessoas: era corrente ser-se alvejado apenas por se saber uma língua estrangeira, por usar óculos ou por demonstrar qualquer emoção. A história deste genocídio encontra-se bem descrita no filme "A Imagem que falta", vencedor do Grande Prémio do Júri na mostra "Un Certain Regard" do último festival de Cannes.

Derrubado em 1978 pelas forças do Vietnam (agora uma república comunista aliada à União Soviética) o Khmer Rouge refugiou-se de novo nas selvas a ocidente onde, durante os anos 80, seria treinado no uso de minas terrestres e receberia o apoio dos EUA e do Reino Unido (déjà vu?) no combate às forças Vietnamitas que agora governavam o Camboja. Sob pressão internacional, o Vietnam acabou por desocupar o país em 1989 e, em 1993, o príncipe Sihanouk foi de novo eleito para o governo, tendo-se restaurado a religião budista, bem como a maioria dos direitos cívicos e políticos perdidos.

Hoje em dia, os efeitos do genocídio levado a cabo pelo Khmer Rouge fazem-se ainda sentir numa sociedade que perdeu quase todos os seus artistas e pensadores. Mas que ameaça representam afinal os intelectuais para os regimes totalitários? Responder a essa pergunta é responder também à questão de porque é tão urgente ajudar a restituir o gosto pelas artes e pela cultura a uma nova geração de crianças do Camboja. Envolve-te aqui.



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