Com que é que sonhávamos antes da crise? Será ainda possível sonhar em Portugal hoje em dia? — Estas são algumas das questões em volta das quais se constrói a Fábrica de Sonhos, projecto vencedor do concurso Universidades, integrado na edição de 2013 da Trienal de Arquitectura de Lisboa.
Astrid Bois d’Enghien (BE), Catarina Vasconcelos (PT), Clio Capeille (FR), Margarida Rêgo (PT), Rain Wu (TW) e Simon Kinneir (UK) são o Colectivo Inventado: conheceram-se enquanto estudantes do Royal College of Arts, em Londres, e têm vindo a recolher sonhos nas ruas de Lisboa e na web, através da uma plataforma móvel e uma plataforma online, respectivamente, que criaram para o efeito.
é urgente voltarmos a aproximar-nos dos nossos sonhos
Face ao tema da Trienal deste ano — Close, Closer — o Colectivo concluiu que era urgente voltarmos a aproximar-nos dos nossos sonhos: "mais do que meras utopias, os sonhos constituem actualmente um modo de imaginarmos e visualizarmos objectivos para além daqueles impostos pela presente situação económica e política".
Interessam-lhes particularmente aqueles sonhos ligados às conquistas e à realização pessoal: "coisas que as pessoas sonharam para as suas vidas, coisas que querem que aconteçam, coisas que gostariam que fizessem parte das suas vidas antes da crise, mas que esta tornou inatingíveis".
Os sonhos recolhidos serão então transformados em imagens e convertidos em acetatos flutuantes. Amplificados por projectores, criam uma paisagem dinâmica que se irá re-organizando e desenvolvendo, relembrando e dando nova vida aos sonhos de outrora.
Composta por três salas — Dream Collector, Working Space e Dreaming Room — a instalação Fábrica de Sonhos pode ser visitada entre 12 e 29 de Setembro no Palácio Sinel de Cordes, em Lisboa.
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