INFORMAÇÕES: Guia: Ernesto Vaz Ribeiro Data: 6 de Dezembro (Domingo) | 10h às 12h30 Valor: 5€/pessoa Reservas: marabo.formacoes@gmail.com | 910 785 717 DESCRIÇÃO: Minoria e diáspora constituirão por certo duas palavras muito queridas dos Portuenses. No Porto, nunca as minorias tiveram dificuldades em se fixar, dado o carácter amistoso e aberto do povo, aquela “arraia-miúda” governada por “valores graúdos”, dura quanto baste, mas de uma receptividade inaudita. Até que um dia ainda antes da nossa Nacionalidade, o povo da Portuscale encontrou o Judeu neste enorme Ponto de Encontro que é a nossa cidade. Diáspora também nos toca, quando visitamos qualquer país e encontramos um bocado do nosso Portugal. Estamos e estaremos em todo o mundo porque, por razões políticas e sociais, o Portuense, tal como o Judeu, é um cidadão do Mundo. E talvez por isto, teremos tantas afinidades com os Judeus, povo controverso que, quase apetece dizer, não tem descanso desde que apareceu e que com ele traz aquele diabólico estigma a que um dia um filósofo deu o nome de anti-semitismo, uma palavra que tem tanto de errada como de fulcral na História dos Judeus. Que os Judeus estão entre nós, não temos dúvidas. Que sempre estiveram, também não, pesem as perseguições. Entre a entrada dos Judeus e a sua expulsão de Portugal (moeda de troca de uma aliança que nos roubaria a independência), decorrerão muitas centenas de anos, assistindo-se nas décadas seguintes à sua expulsão ao apogeu de uma raça Judaica transmutada por uma conversão forçada. E pese o espectro da dita Santa Inquisição, da convulsão brotariam figuras ímpares de Judeus Portuenses como Isaac Aboab, Emanuel Aboab, João da Paz e seu filho Duarte, Barros Basto ou Uriel da Costa, senhor de uma das mais belas e dramáticas histórias de vida. Seria uma questão de fé que moveria os católicos contra os Judeus, ou seria o sucesso financeiro que os Judeus sabiam conquistar que criou toda uma onda de mal-estar que desaguou no ódio religioso? A proposta é passearmos pelo Porto dos Judeus e descobrir um local fascinante onde a cultura e a fé mosaica se fundem com a cultura e fé cristã, num esquema, de algum modo, de sobreposição física, tal como se de uma Tróia se tratasse. Visitar a velha courela e falar da História dos Judeus no Mundo e na nossa cidade é conhecer uma fabulosa História e sentir a presença de muitos dos nossos antepassados sejam eles Judeus ou Cristãos Novos.
