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Kara Jackson ⟡ MaZela
©Lawrence Agyei

Kara Jackson ⟡ MaZela

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Um convite. Coloque “Why Does The Earth Give Us People To Love?” a tocar e feche os olhos, abstraia-se da ideia de que música está a tocar e concentre-se por momentos na voz de Kara Jackson. A sensação de que a singer-songwriter está próxima é vertiginosa, mas outra coisa saltará à vista, o registo vocal, algures entre o spoken word e a disposição de quem está a actuar num especial de comédia. Esta última nasce de uma combinação entre o registo de Kara e a escrita, fluída com o à-vontade da oralidade, desrespeitando convenções da canção ou até de expectativas do que é e para onde ir. Por partes, isto quer dizer que Kara Jackson é engraçada?

Bom, é. Mas o humor faz parte, é um escape, uma insegurança que se manifesta com imprevisibilidade neste formato de singer-songwriter. O humor também pode ser algo confessional – ou falsamente confessional, para desviar as atenções – e a beleza do primeiro longa-duração de Kara, editado no ano passado, é essa: existe entre as nossas expectativas do que achamos que deve ser a sua música e aquilo que realmente é. Por exemplo, “pawnshop” convida a que se pense imediatamente em Joni Mitchell: homenagem, influência? Talvez outra coisa, como o blues de Kara Jackson está a milhas daquilo que consideramos blues. Há aqui um outro caminho, o passar do tempo, a visita ao género pela via da mudança. Mas a mudança ignora o tributo, o respeito, trilha o seu próprio caminho. Se há algo a tirar de Kara Jackson, pouco mais de vinte anos, natural de Chicago, é que está aqui para mudar qualquer coisa. Como Angel Bat Dawid, Circuit Des Yeux e Julia Holter estiveram noutros momentos, com as devidas distâncias e motivações. O que está a fazer agora é excepcional, entre a verdade e a mentira, a ilusão e a confissão e, sobretudo, a real vontade de alarmar para a necessidade de se viver a música do presente com as regras da música do presente. Este é o novo blues. AS

“Naveguei (onde os outros vão)” é o single de apresentação de MaZela, canção que transforma desgostos em abraços através da voz doce de Maria Roque. MaZela surge da procura de equilíbrio entre a aceitação da dor e as tentativas de a diminuir. Ao mesmo tempo que celebra mazelas, zela por elas.

O projecto iniciado em 2020 por Maria Roque na voz e guitarra, entrelaça-se agora com uma segunda guitarra, a Alexandre Mendes. Entre 2022 e 2023, MaZela já passou pelos festivais Bons Sons, Super Bock Super Nova e Apura. Para os mais distraídos, é a voz e a guitarra de Maria Roque que se podem ouvir em “Canção a Zé Mário Branco” no premiado disco “2 de Abril” de A Garota Não. “Naveguei” teve uma primeira versão que faz parte da colectânea Super Castelo Branco, editada no ano passado, mas surge agora nesta nova roupagem como cartão de visita do EP “Desgostos em Canções de Colo” que será lançado em Outubro de 2024.

Fonte: https://zedosbois.org/programa/kara-jackson/
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