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Cole Pulice ⟡ Joana de Sá
Cole Pulice ©Zoey Melf

Cole Pulice ⟡ Joana de Sá

Talento e ousadia levaram Cole Pulice a alcançar uma transmutação em que as noções tradicionais de jazz e música ambiente se diluem num eterno leque de possibilidades e formas. Celebrado enquanto músico de estúdio que acompanhou Bon Iver, Godspeed You! Black Emperor e tantos outros, o percurso a solo do norte-americano revela um entendimento da improvisação como modo de vida (e, por extensão, a composição como meio vivo). Nos últimos anos, o seu trabalho a solo tem vindo a surgir como força criativa maior nos quadrantes do experimentalismo atual. Ancorado no saxofone, leva o instrumento a abordagens eletroacústicas, extraindo desta simultaneidade de naturezas, caminhos para novos mundos.

Usando pedais de efeito, controladores de MIDI e microfones de contacto, Pulice faz do som um acto de escultura em tempo real, sem recurso a overdubs. Hologramas sonoros que reconhecem a candura hipnótica de Terry Riley ou as paisagens exoplanetárias de Jon Hassell, numa delicada cristalização melódica. Paira inevitavelmente a presença de Alice Coltrane como eterna mestre de cerimónias destes movimentos transcendentes, deixando o corpo físico das coisas para trás. Cada peça traz um elemento apaziguador comum, contagiando os sentidos e alimentando a mente com uma imagética profundamente telúrica e caleidoscópica – onde as cores atingem outros tons. Nenhum detalhe é deixado fora desta lógica harmónica que não só aglutina, como expande energia.

If I Don’t See You in the Future, I’ll See You in the Pasture é uma composição singular de cerca de vinte minutos, num dos momentos mais ascendentes de 2023. Com os álbuns Gloam e Scry ainda tão omnipresentes quanto essenciais, a visita de Cole Pulice trará a justiça de testemunhar a maravilhosa visão deste artista já umbilical aos nossos tempos. NA

Joana de Sá é uma artista portuguesa com especial foco no campo da arte sonora. O seu trabalho procura arti- cular fenómenos acústicos com sons oriundos de gravações de campo em composições com particular atenção ao fluxo de frequências. Desde 2023, tem investigado e desenvolvido o conceito de paisagem sonora aliado ao património acústico-arqueológico português.

Publicou o álbum de estreia Shatter em 2022 e, em 2023, Lightwaves, ambos pela Sirr-ecords. Tem, desde 2022, realizado concertos ao vivo, tanto a solo como em colaboração com vários artistas como Clothilde ou Tiago Sousa.

Fonte: https://zedosbois.org/programa/cole-pulice/
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