21:30
Diga 33 — Poesia no Teatro | Luiz Pacheco por António Cândido Franco

Diga 33 — Poesia no Teatro | Luiz Pacheco por António Cândido Franco

O primeiro semestre de Diga 33 – Poesia no Teatro cumpre-se da melhor forma este ano com uma sessão dedicada à obra de Luiz Pacheco. É nome que tem vindo à tona com alguma frequência nestes encontros promovidos pelo Teatro da Rainha desde 2018, o que torna ainda mais credível a noção de estarmos perante uma figura central das letras portuguesas no século passado. O interesse que a sua obra suscita, a par, obviamente, de uma vida repleta de casos polémicos, prova-se pelas sucessivas edições esgotadas de livros seus vindos a lume intermitentemente, mas também por ser das figuras mais biografadas que encontramos na literatura portuguesa pós-modernista. Luiz Pacheco viveu nas Caldas da Rainha durante um dos períodos mais complexos, conturbados e produtivos da sua existência, a ponto de António Cândido Franco, na recente biografia que lhe dedicou, ter incluído esses tempos num capítulo justamente intitulado “Os Anos de Oiro (1962-1974)”. Pareceu-nos, portanto, imperativo dedicar-lhe mais atenção, convidando a falar-nos sobre ele alguém que domina como poucos os cambiantes da sua produção enquanto autor, editor, crítico literário, polemista infatigável, sempre numa relação directa e indelével com a vida vivida. António Cândido Franco (Lisboa, 1956), autor da biografia recentemente publicada “O Firmamento é Negro e não Azul. A Vida de Luiz Pacheco” (Quetzal, Janeiro de 2023), é professor universitário na Universidade de Évora. Poeta, ensaísta, historiador, romancista, está ligado ao ensino público há mais de quatro décadas, esforçando-se, nas suas próprias palavras, por desaprender muito do que lhe ensinaram. Está ligado desde 1979 à revista de cultura libertária “A Ideia”, que se publica desde 1974, e que hoje, sob sua responsabilidade, se dedica ao estudo sistemático do Surrealismo em Portugal. É seu coordenador, editor e director desde 2012. Doutorou-se com tese sobre a obra de Teixeira de Pascoaes, autor que estuda desde 1984. Sobre Luiz Pacheco assinou ainda “Luiz Pacheco Essencial” (Maldoror/Letra Livre, 2017) e foi responsável pela edição de “Cartas ao Léu. Correspondência de Luiz Pacheco para João Carlos Raposo Nunes (1990-2003)” (Maldoror, 2020). Luiz Pacheco (Lisboa, 1925 - Montijo, 2008) cursou Filologia Românica sem nunca concluir os estudos. Tinha 21 anos quando se despediu de um emprego seguro na Inspecção-Geral dos Espectáculos, nunca mais conseguindo meios regulares de subsistência para sustentar uma família crescente. Fundou, com 25 anos, a editora Contraponto, publicando José Cardoso Pires, Mário Cesariny, Natália Correia, Herberto Helder, entre muitos outros. Residiu nas Caldas da Rainha, onde foi preso mais do que uma vez, entre 1964 e 1968, experiência devidamente relatada em “O Caso das Criancinhas Desaparecidas”. Vivia de esmolas, donativos ocasionais e do pouco que lhe rendia a literatura. Nunca deixando de incomodar, colaborou na imprensa, traduziu, elevou a epistolografia a género literário por excelência. Foi um crítico literário corrosivo e impiedoso. É o nosso exemplo mais evidente de escritor maldito e marginal. Encontro marcado no Pequeno Auditório do CCC, dia 20 de Junho, às 21h30, para uma conversa com António Cândido Franco, leitura de textos de Luiz Pacheco e o que mais aprouver.

Entradas condicionadas aos lugares disponíveis. Para mais informações: Reservas de Segunda a Sexta das 9h às 18h e no próprio dia até às 20h 262 823 302 | 966 186 871 | geral@teatrodarainha.pt http://www.teatrodarainha.pt/

Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
Download App iOS
Viral Agenda App
Download App Android