No universo da instalação sonora e visual, o projecto alia a guitarra portuguesa à música electrónica num cenário marcado pelo vídeo, criações 3D e desenhos digitalizados. Um projecto onde várias facetas e experiências do autor se agregam num só objecto artístico. Desenhar a música através da arquitectura define os contornos desta criação, que se caracteriza por colocar lado a lado diferentes linguagens artísticas. A guitarra portuguesa é explorada “de forma particularmente criativa, oscilando o seu uso entre uma Stratocaster do Pop Rock distorcido até à mais lírica das frases que evocam o fado”. * A intenção de utilizar este instrumento descolado da forma mais tradicional, remete-o para um ambiente mais vasto e fértil. Por sua vez, a introdução pontual da sonoridade electrónica reafirma a ideia de trazer a guitarra portuguesa para outros cenários, sem com isso perder a sua identidade. As texturas do vídeo e as ilustrações digitalizadas, os laboratórios de sons e a sua manipulação, fazem parte de uma procura de logótipos dos espaços/pessoas retratados através de uma crueza esferográfica, incluídos no projecto sob a forma de diário gráfico. Guitarra electrónica portuguesa, estreou em Setembro de 2006 no Festival Mira em Toulouse – França. Desde então, foi apresentado na Galeria Zé do Bois, Espaço Bacalhoeiro, Bomba Suicida, Zaat - Lisboa, Contagiarte - Porto, Incrível Club, Teatro Extremo, Parágrafo e Acercadanoite – Almada. * citação de Paulo Lameiro - musicólogo ficha artística/técnica Composição e interpretação de guitarra portuguesa, sonoplastia, captação e edição áudio/ vídeo, ilustrações João Lima João Lima Inicia o seu percurso como músico em 1990 em formações como Falso Alarme, Alquimia e [9.9]. Com estes dois últimos edita os primeiros cd’s com temas originais em voz, guitarra clássica, guitarra portuguesa e percussões. Com os [9.9], participa no evento Jovens criadores do Mediterrâneo que culmina com a representação de Portugal na Bienal de Roma - 1998. Conclui a licenciatura em Arquitectura em 1998 e, paralelamente à sua actividade, inicia um processo de aprendizagem em sonoplastia, edição vídeo e áudio, que começa a despertar um interesse maior na exploração da guitarra portuguesa como foco criativo. Tem participado na realização de eventos multimédia, cenografia para Teatro e instalações, bem como a composição para bandas sonoras de curtas-metragens e peças de teatro. Mais recentemente, destaca-se a sua participação como intérprete de guitarra portuguesa: no quinteto OqueStrada, com o qual tem participado em várias digressões em França, Espanha, Macau, Sérvia e por todo o país; no projecto musical/performativo Trilogia do corte da coreógrafa e performer Margarida Mestre em Nova Iorque, em Londres e em vários espaços de Portugal. Participou ainda no projecto Movimentos Perpétuos numa homenagem a Carlos Paredes, do cineasta Edgar Pêra, com Nuno Rebelo, Dead Combo, entre outros.