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DIGA 33 - POESIA NO TEATRO | NUNO BRAGANÇA POR LA SALETTE LOUREIRO

DIGA 33 - POESIA NO TEATRO | NUNO BRAGANÇA POR LA SALETTE LOUREIRO

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Precisamos de voltar a falar sobre liberdade, planta frágil sob a ameaça de ruidosas tempestades. Ganhámo-la com a democracia e é em democracia que a vemos cada vez mais desbotada. Este é o tempo em que voltou a oficializar-se o discurso maniqueísta dos portugueses de primeira e de segunda, das pessoas de bem e as outras, por certo do mal, com evocações laudatórias de déspotas e autocratas, ditadores e tiranos conservados no poder durante décadas, protegidos por polícias políticas, tarrafais, censuras prévias e bocas caladas.
Nuno Bragança, escritor que lembraremos no próximo Diga 33 – Poesia no Teatro, foi ele próprio, na sua vida e no que escreveu, um intransigente defensor da liberdade, um escritor em luta contra a ditadura, um homem de acção política directa em «busca da autenticidade pessoal, a realização plena do ser humano, a construção de uma sociedade livre e justa, a preservação do planeta.» Dele e sobre ele falaremos com La Salette Loureiro no próximo 25 de Novembro, às 21h30, no Teatro da Rainha.
Nascido numa família da alta aristocracia portuguesa, Nuno Bragança (Lisboa, 1929 – idem, 1985) começou por frequentar o curso de Agronomia, transitando posteriormente para Direito. Integrou a equipa do jornal Encontro, da Juventude Universitária Católica, onde publicou os primeiros textos. Foi crítico de cinema, dirigiu o Cine-Clube Centro Cultural de Cinema, foi fundador do serviço Nacional de Emprego. Fez parte do movimento católico progressista, estando na fundação da revista O Tempo e o Modo. Nos anos 60 militou no Movimento de Acção Revolucionária. Assinou o argumento do filme “Os Verdes Anos” (1963), de Paulo Rocha. A partir de 1968 fixou-se em Paris. “A Noite e o Riso”, primeiro romance, data de 1969, coincidindo com a aproximação às Brigadas Revolucionárias. Em 1970, co-assinou o documentário “Nacionalidade: Português” que abordava a questão da emigração portuguesa durante o Estado Novo. Regressou a Portugal no final de 1972, colaborando com o grupo de teatro A Comuna. “Directa”, o segundo romance, foi escrito em Paris quando a sua publicação em Portugal não era possível. Saiu apenas em 1977, já depois de haver sido derrubada a ditadura de Salazar.
La Salette Loureiro é investigadora integrada do CHAM – Centro de Humanidades, da Universidade Nova de Lisboa. Fez Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas, na Universidade de Coimbra, e Mestrado em Literatura Comparada Portuguesa e Francesa, na Universidade Nova de Lisboa, onde iniciou Tese de Doutoramento sobre Nuno Bragança. Publicou “A Cidade em Autores do Primeiro Modernismo. Pessoa, Almada e Sá-Carneiro”, assim como vários artigos em livros e revistas literárias, em Portugal, Brasil, Espanha e Itália. Participa regularmente em vários Congressos e Colóquios sobre diversos temas literários, em Portugal e no estrangeiro. As suas áreas de investigação são Modernismo e Vanguardas, o tema Cidade e espaço na Literatura. Nos últimos anos dedicou uma atenção particular ao estudo da obra de Nuno Bragança, reunindo vários ensaios, artigos e conferências no volume “Nuno Bragança – Mudar a Vida, Transformar o Mundo” (Edições Esgotadas, Abril de 2024).
Dia 25 de Novembro dedicaremos toda a atenção ao autor de “Square Tolstoi”, numa conversa aberta a quem nela pretenda participar e com a liberdade no horizonte, porque «há grandes estradas para o indivíduo que quiser ser livre e não tiver medo de dormir onde calhar.»

Para mais informações:
http://www.teatrodarainha.pt/
262 823 302 | 966 186 871
De segunda a sexta, das 9h às 18h, e dias de espectáculo até às 20h.

Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
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