Quinta-feira, 21 de Março, às 18h30 FICÇÃO-contra-FICÇÃO | Maria Gabriela Llansol – a voz estranha que me escreve | conversa com Maria Etelvina Santos e Elisabete Marques
É um lugar-comum que qualquer referência a Maria Gabriela Llansol sublinhe a singularidade da sua escrita. Por alguma razão, porém, os lugares-comuns são comuns. Do mesmo modo que encarar o texto de Llansol implica reconhecê-lo como um lugar singular, povoado de personagens que são figuras que escutam e falam para leitores que são legentes, ou assim devêm a partir de um não-saber ler que, justamente, compõe o gesto infinito da escrita. Como refere Llansol numa carta a Eduardo Prado Coelho, «Desde sempre me tenho norteado pelo princípio do que o texto precisa de encontrar, não o leitor abstracto, mas o leitor real, aquele a que, mais tarde, acabei por chamar legente – que não o tome nem por ficção, nem por verdade, mas por caminho transitável.» Esse texto que se subtrai à dicotomia ficção/verdade institui um território outro, uma terceira metade por onde transitam corpos coincidindo fora do tempo e do espaço – corp’a ‘screver, escrito por uma voz estranha.
Para a quarta sessão do ciclo FICÇÃO-contra-FICÇÃO, convidámos Maria Etelvina Santos, investigadora e membro da Direcção do Espaço Llansol, e Elisabete Marques, poeta e investigadora.
(Cartaz de Alejandro Levacov.)