22:00
TERESA MILHEIRO@MOTEL29

TERESA MILHEIRO@MOTEL29

Teresa Milheiro convida Maria Antónia Oliveira ; Zambeze,  Suzie Peterson ( Suzie Guarda-roupa ) ,  Manuel Costa Cabral e Tó Trips .

Exibição das curtas metragens /documentários :
 
- A passagem para um outro lado.
- ARTE OCUPA_SP_Teresa Milheiro

Desde muito pequena que gostava  de jóias e objectos, gostava de encontrar coisas antigas e velharias em casa dos meus avós, na cozinha velha, no sótão ou na arrecadação, adorava perder-me entre as malas velhas, encontrar objectos e roupas de outros tempos e imaginar a sua história.
Nessa época já gostava criar os meus próprios bonecos, de reutilizar objectos, transformá-los e dar-lhes outra utilização. O mesmo fazia com as roupas militares do meu pai e do meu avô.
Mais tarde em 1984 entrei na escola António Arroio onde fiz o curso de Artes do Fogo e me apaixonei pelos metais. Aí também encontrei a maior parte dos amigos que ainda hoje mantenho e comecei a ter convicções anarquistas. Aderi ao movimento Punk nessa altura.
Em 1987 entro no Ar.co para fazer o curso de joalharia durante 4 anos. A minha vida pessoal e as experiências pelas quais passei nesse período foram influenciando o meu trabalho.
Desde cedo que comecei a imprimir em tudo o que fazia statements muito fortes ligados à sociedade e a todo o meio que me rodeava.
Em 88 vivi 4 meses em Amsterdão numa casa ocupada.
Voltei para Lisboa, entrei no 2º ano do Ar.co e saí de casa. Comecei a fazer jóias de auto-defesa.
No 3º ano recebi uma bolsa de estudo e no mesmo ano assassinaram o meu namorado à minha frente.
Começo a ser convidada para exposições, mas o trauma e a revolta com a recente perda fazem com que não dê muita importância a todos esses convites. Começo a desenvolver jóias de tortura.
Acabo o Ar.co em 1991 e decido ir para Berlin onde fico dois anos, apanho toda a transição, a queda do muro, e vivo em várias casas, algumas ocupadas outras não.
Quando volto para Lisboa, decido voltar a estudar fazer o 12º ano á noite na António Arroio.
Pelo meio fui participando em mais exposições.
No final de 1994, junto-me a um grupo de amigos e conhecidos que queriam alternativas às galerias que existiam em Lisboa e fundamos a Galeria Zé dos Bois de onde acabo por sair passado um ano.
Em 1997, nasce a minha filha Sara.
Em 1998 comecei a trabalhar para a Archeofactu,  onde fiz colecções de Joalharia para instituições e Museus. Estive  nesta empresa durante 9 anos e paralelamente continuei a desenvolver o meu trabalho.
Em 2001 nasce a minha 2º filha, Eva que morreu com 2 meses.
Em 2003 tive os meus dois filhos Hugo e Vasco.
Em 2004 começo o projecto das marionetas com apoio da Gulbenkian, subsídio atribuído pelo Manuel Costa Cabral através do Serviço de Belas Artes.
Pelo meio fui sempre participando cada vez mais em projectos e exposições, tendo em 2007 aberto a Galeria ARTICULA em Alfama.
Fui gerente da galeria onde promovi o meu trabalho, e o de mais de 40 artistas nacionais e internacionais.
Organizei várias exposições nacionais e internacionais, sempre sem qualquer apoio.
A ARTICULA durou até 2012, ano em que decido fechar, pois com o aprofundar da crise  ou transformava a Galeria numa loja comercial para o Turista  ou ia à falência.
Preferi fechar, quis  manter-me fiel aos princípios e não  desvirtuar o meu projecto.
De momento trabalho em casa e continuo a participar em exposições internacionais.
O meu trabalho continua a ter uma forte crítica social, em relação à obsessão pela imagem,  a alienação das pessoas e ao modo como vivem.
Continuo a utilizar as minhas peças como grito de guerra, continuo a expressar através delas o que penso política e socialmente.
Eu sou o meu trabalho e o meu trabalho sou eu.
É quase impossível dissociar as duas realidades.
O meu trabalho é o meu balão de oxigénio.

TERESA MILHEIRO
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
Download App iOS
Viral Agenda App
Download App Android