Sábado, 27 de Janeiro, às 16h Apresentação do livro/CD Obus, de Fátima Vale & Charles Sangnoir, com a participação de João Albuquerque, Sebastião Antunes e dos autores
O O.B.U.S. é composto por 11 jorros automáticos mais 1, antecedidos por longos pensamentos. Entra por consequência numa relação com a microfísica do poder, que pode ser explorada através de várias perspectivas, considerando a minha abordagem crítica em relação às dinâmicas do poder na sociedade assim como a ultrapassagem dos limites da ausência – escrevi e gravei a voz e fui enviando ao Charles Sangnoir que do lado de lá, à beira do Pére-Lachaise, foi acrescentando com toda a liberdade o que estava inscrito com as suas versáteis paisagens sonoras. Vamos tentando ultrapassar o impossível. Emerge da busca da verdade. Não nego o erotismo presente mas este pode ser interpretado como uma forma de resistência contra as normas sexuais impostas pela sociedade ou como uma profunda e consciente transbordância. O erotismo é uma força demolidora para o fascismo. A busca incessante por novas formas de expressão e compreensão reflecte a natureza fluida em constante movimento e transformação, o devir. O hermetismo sem artifício é uma tentativa de preservar o vivido, resistindo ao esquecimento e à homogeneização da experiência. Assim se entrega à nudez do Outro e se apresenta por duas pessoas que muito me regeneram: O Sebastião Antunes e o João Albuquerque. Com a desdobrada presença do Charles Sangnoir através da composição que fez para o acto inaugural – Thelemagrama. Como vou da Livração propositadamente a Lisboa gostava de matar muitas saudades e semear outras tantas. Fátima Vale
