Sábado, 16 de Dezembro, às 16h FICÇÃO-contra-FICÇÃO | Fernando Madureira – Desapareci de mim | conversa com Nuno dos Santos Sousa e Diogo Vaz Pinto
Este encontro inaugura a série FICÇÃO-contra-FICÇÃO que, ao longo dos próximos meses, tomará um conjunto de autores e livros e os submeterá a um olhar que procure pensá-los para lá dos espartilhos estilísticos e de género literário. A decomposição dos grandes chapéus da ‘ficção’ e da ‘não-ficção’ numa miríade de categorizações estanques, sempre tão cara aos circuitos do comércio literário, falha frequentemente o encontro com aqueles textos que se subtraem à separação entre realidade e imaginação, verdade e artifício, e em que a produção da memória é um momento da criação literária, mais do que um exercício de fidelidade ao ‘real’ biográfico ou histórico. Talvez toda a escrita seja atravessada por essa ambiguidade; nesta série de conversas procuraremos aquela que não só não resolve a ambiguidade como se ocupa de estilhaçar as fronteiras que a viabilizam.
Começamos com Fernando Madureira, poeta e jornalista, inadaptado e suicida, ou, nas palavras de Luiz Pacheco, «um estupendo camarada, só que não entrava em demagogias de ternurinhas com o vulgo e não estava/andava cá para aturar chatos drs.». Do seu fugaz, mas fulgurante, percurso literário sobraram uns poucos livros publicados ao longo da década de 1970 que acabaram votados ao esquecimento e às prateleiras mais esconsas de alguns alfarrabistas. Em Abril deste ano foram reunidos no volume Da Angústia de Cada Coisa, publicado pela editora Língua Morta. Nesta conversa participam Nuno dos Santos Sousa, organizador do volume, e o editor Diogo Vaz Pinto.
