"As possibilidades serão sempre as mesmas até aparecer alguém para quem uma coisa real não é mais importante do que uma imaginária. É ele que dará às novas possibilidades o seu sentido e a sua finalidade, é ele que as desperta." Robert Musil, in «O Homem Sem Qualidades» Na segunda semana na Galeria da Boavista convidamo-vos a participar numa mesa de trabalho acerca da Galeria como meio no processo de criação e pesquisa (4, 5, 6 e 7 de Dezembro). Haverá concertos, performances, dança, teatro, um baile e a encerrar a semana, uma ousada doação de livros. No Demimonde, o possível é real. ............................................. 4 DE DEZEMBRO 19:00–21:00: Filiz Sizlani, Mustafa Kaplan e Vânia Rovisco, 'Galeria como meio no processo de criação e pesquisa' (mesa de trabalho). Uma colaboração entre três coreógrafos que colocam o processo de pesquisa no contexto da galeria de arte, diante do público. Sendo esta a quinta residência artística da peça 'We need to move urgently', com estreia a 11 de Janeiro de 2014 no Festival de Potsdam, na Alemanha. Agradecimentos: Marcus Rovisco (som), Diogo Barros Pires e António Neto (registo vídeo). 19:30 / 20:30 / 21:30 / 22:30: Patrícia Filipe, 'Sid e eu' (instalação e performance). 'Sid e eu' convoca o punk e uma das suas figuras emblemáticas o baixista dos Sex-Pistols - Sid Vicious. É uma peça relacional onde público e artista irão interagir. Patrícia Filipe formou-se em Artes Plásticas pela E.S.A.D Caldas da rainha. Tem realizado o seu percurso em desenho, instalação e performance. Site: www.patriciafilipe8.wordpress.com 21:00-22:00: André Neto, 'Desonra (Ofensa a Honra)' (acção plástica). 'Desonra (Ofensa à Honra)' é uma acção plástica, nunca uma performance de mero elemento teatral, um parecer sobre o estado da arte e a razão de expor, barra construir. Para quê? Para quem? E porquê? Será nosso dever compactuar e viver com trabalhos de outros artistas? Pelo menos o pós-contemporâneo assim nos pede. André Neto, reles devoto da Arte ou do mundo para lá, péssimo Amador. Começou para aí em 2004 a fazer merda, depois foi para um asilo, o Instituto Politécnico de Tomar onde em três dias salta de engenharia civil para Artes Plásticas Pintura & intermédia, subindo para a académica, Faculdade de Belas Artes de onde está foragido do Mestrado de Pintura. Fugindo de coisa em coisa é fundador da Galeria Laboratório e da Arte Urinol e Real Urinol. Esteve em algumas coisas mas não ganhou nada. Exposições neste dia: Luísa Baeta, '40 m2' (série fotográfica). A passagem do tempo e as mudanças sucessivas num espaço, revelam-se no contínuo ciclo entre passado e presente, entre retorno, suspensão e recomeço (três formas do esquecimento definidas por Marc Augé). '40 m2' é o retorno a um lugar, a suspensão de um enquadramento e de um momento e o recomeço de uma relação com esse lugar. Luísa Baeta é licenciada em antropologia cultural, com formação complementar em audiovisuais e fotografia, mestrado em arte multimédia. Encontra-se a frequentar o doutoramento em belas artes na FBAUL. Site: www.luisabaeta.net Ana Monteiro, Inter-Mission (vídeo em loop, colaboração com Ivo Serra). Ana Monteiro é performer, coreógrafa e investigadora em artes performativas. Estudou formalmente teatro, dança e coreografia e deseja trabalhar de forma indisciplinada atravessando formatos e contextos diversos. Interessa-se por investigar dispositivos críticos que propõem modos perceptivos e de acção alternativos para além das distinções entre teoria e prática, realidade e ficção, especialização e amadorismo. Tem investido em iniciativas auto-organizadas e modos colaborativos de produção artística que se aproximam da coreografia como prática expandida. 5 DE DEZEMBRO 19:00-21:00: Filiz Sizlani, Mustafa Kaplan e Vânia Rovisco, Galeria como meio no processo de criação e pesquisa (mesa de trabalho). 22:00: André Avelãs, Carlos Santos, Eduardo Chagas, Paulo Raposo, 'Parasitas' (concerto/performance sonora). Já dizia o outro que isto anda tudo ligado. E uma coisa liga a outra, e por aí sucessivamente dentro da máquina de emaranhar paisagens. E depois nascem sistemas. E dentro destes, os parasitas. Como diz Michel Serres: não há sistema sem parasitas, o parasita é o ruído no sistema. O sistema não pode existir sem parasitas, sem ruído. Se no início era o ruído no final será ele apenas também. "O parasita tem a vida e a morte, a origem e o fim, a troca e o dom, o tempo e a composição, o bem e o mal, o falso e o verdadeiro, a ordem e a desordem.” André Avelãs faz barulhinhos e tira coisas do sítio. Eduardo Chagas sopra e cria ventos contrários. Carlos Santos cria espelhos e espectros. Paulo Raposo, vá-se lá saber. Exposições neste dia: AnaMary Bilbao, 'Presente passado'. Trabalhos que utilizam maioritariamente materiais como gesso e grafite, recorrem a sistemas de repetição que exploram de forma exaustiva as mesmas formas e procedimentos, permitindo assim aprofundar a noção de “movimento de retorno”, o modo como o mesmo aatua e o seu relacionamento directo com a Memória. AnaMary Bilbao (1986) vive e trabalha em Lisboa. É licenciada em História da Arte (FCSH-UNL) e concluiu o mestrado em Arte Contemporânea (FCH-UCP). A par com a formação universitária estudou Pintura, Desenho e Vídeo no Ar.Co (Lisboa) e trabalhou como assistente de vários artistas portugueses. Desde 2011 que se encontra a desenvolver o seu projecto. Site: www.anamarybilbao.com 6 DE DEZEMBRO 19:00-21:00: Filiz Sizlani, Mustafa Kaplan e Vânia Rovisco, Galeria como meio no processo de criação e pesquisa (mesa de trabalho). 21:45: Tiago Gomes, Torré, Cali, 'Orquestra Volátil' (música/literatura). A Orquestra Volátil mistura jazz e literatura, o improviso, a experimentação e matemática musical. Tiago Gomes – Voz Torré – Sax Cali – Percussão Tiago Gomes nasceu em Lisboa em 1971. Poeta com 5 livros editados em Portugal, já publicou poemas em Espanha, Itália e México. Trabalhou como letrista nos grupos A Naifa e Linha da Frente, e vocalista em vários projectos. Desde 1996 que edita, dirige e produz a revista de arte “Bíblia”. Autor do programa Ultravoxx na rádio Voxx. Fundador da Galeria ZdB. António Ramos aka Torré, saxofonista, multi-instrumentista, ao longo da sua actividade musical tem viajado por diferentes territórios musicais, por vezes muito díspares, que vão do filarmónico até ao rock passando pelo experimental, alternativo, spokenword. 22:15: Bernardo Chatillon, 'Podia ser qualquer outra coisa, mas é uma peça de teatro sobre o Hamlet' (teatro). É uma conversa ficcionada entre uma avó e um neto que fala sobre o que está a fazer… No espaço só há um interprete e uma caixa de frutas. - O que que estás a fazer? - Estou a fazer uma peça de teatro a partir do Hamlet. - Hãã!! Tá bem!... Link: www.youtube.com/watch?v=S0udXMjmZM8&feature=youtu.be 22:30: Ana Monteiro, 'Dançaoke' (coreografia social). 1. Os participantes vão escolhendo vídeos musicais a partir do youtube. 2. Os vídeos são projectados na parede, por ordem de inscrição. 4. Os participantes dançam copiando os movimentos presentes no vídeo. Exposições neste dia: Sérgio Braz d’Almeida, 'Sunday Morning' (vídeo). Lisboa, outro domingo de Manhã, acorda sozinho na casa em frente a cidade, uma torrada a fazer, uma gaivota que passa no céu, um avião. Uma objectiva de câmara que cristaliza um momento efémero, o tempo que passa... A torrada queimada... Mais uma vez. Sérgio Braz d’Almeida, formado em cinema e vídeo pela ESAP (Porto), estudou na FAMU (Rep. Checa) como bolseiro da FCFE. Estudou Documentary film na USC School of Cinematic Arts (Los Angeles). Frequentou o curso de encenação da Fundação Calouste Gulbenkian. Como realizador conta com duas curtas metragens: “Corações Plásticos” e “Satélites”. Realizou vídeos de palco para a banda Humanos. Tem vindo a exercer a actividade de director de fotografia para cinema e televisão. Sofia Freire d'Andrade, 'Kyrgyraa' (peça visual). 7 DE DEZEMBRO 19:00-21:00: Filiz Sizlani, Mustafa Kaplan e Vânia Rovisco, Galeria como meio no processo de criação e pesquisa (mesa de trabalho). 19:00: Ana Monteiro, 'Guide For The Ultimate Solo' (dança). 'Guide for the Ultimate solo' é um solo de dança em formato audio guide. O solo é activado pelo espectador ao ligar o MP3. 20:00: Megan Michalak, Miguel Castro Caldas, Lígia Soares, João Ruivo, 'Theater of Interruptions: Rehearsal for an Unfinished History' (performance). Encena momentos de disjunção e contradição da história Portuguesa, provocando, interrompendo e questionando o conceito de nação, e o que resta da nossa democracia, no actual contexto de medidas de austeridade e da "contra-revolução." Apresentamos uma série de actos performativos que formam a base de um filme dentro de um filme, com Portugal como protagonista de um conto da globalização. Com: Megan Michalak (cineasta, EUA), Miguel Castro Caldas (dramaturgo, PT), Lígia Soares, (coreógrafa, PT), João Ruivo (arquitecto, PT). 22:00: Zbarkland Happening Orchestra, violenta violeta (performance). Uma vidente muda de praça à procura de emancipações a saldo, um balão em fuga escorrega das escadas para o trono, uma paixão intrusa na multidão sentada não dança, um semáforo tombado grita "pode falar se é doce", uma voz mascarada espreita torta da devoluta, um ornamento intruso veste-se de espectáculo nu, uma querida rua mastigada antes da hipoteca faz as malas. No caminho da cooperativa antagónica, o sexo assassinado entre fragmentos de poder. A cidade estava deserta, os ecos por toda a parte. Performance; Boris Nunes, Joana Guerra (violoncelo), Paulo Raposo (designer de som), Pedro Sousa (saxofone), Tiago Mendes (falatório). Direcção de arte: Tiago Mendes a.k.a. Zbark. Participações no falatório: Sezen Tonguz, Tiago Gomes, Agradecimentos: Golgona Anghel, José Smith, Miguel Cardoso, Ricardo Noronha, Revista Imprópria, Edições Antipáticas. Links: Boris Nunes: www.soundcloud.com/borismartinsnunes Joana Guerra: www.joanaguerra.bandcamp.com Paulo Raposo: www.radia.fm Pedro Sousa: www.shhpuma.com/pedro-sousa Tiago Mendes a.k.a. Zbark: www.tiagomendesportfolio.wordpress.com 21:00: Julia Salaroli, Sezen Tonguz, 'Receita Parte I' (performance). Temperos e cheiros e receitas são um pretexto para perguntar: de onde viemos e a que pertencemos de facto? Se somos sujeitos interculturais, provenientes de constantes processos de miscigenação, podemos afirmar que viemos daqui ou somos dali? (2012, Flavia Della Bernardina). Receita é uma peça de dança/performance que traz uma brasileira e uma turca juntas no processo de criação e em cena partindo da troca de informações culturais, as duas artistas trabalham com questões guiadas pelas noções de identidade, alteridade, pertencimento, transmissão de tradição e adaptação. Criação e interpretação: Julia Salaroli e Sezen Tonguz Desenho de som: Marcus Neves e Sair Sinan Kestelli Difusão de som: Ricardo Fernandes Edição de vídeo: Fabíola Melca Julia Salaroli licenciou-se em Dança pela Universidade Estadual de Campinas em 2006. Participou do PEPCC, no Fórum Dança, em Lisboa. Os seus trabalhos foram apresentados em Festivais como: Alkantara, em Lisboa-PT; International Platform for Choreographers, em Almada-PT; Frame Research, em Porto-PT; e VideodanzaBA, em Buenos Aires-AR. Sezen Tonguz teve desde 2002 formação em dança contemporânea no CATI Dance Studio, Istambul e frequentou o PEPCC no Fórum Dança, em Lisboa. Os seus trabalhos foram apresentados na Turquia, Europa e no Brasil. Atualmente vive e trabalha em Istambul e Lisboa. Site: www.receitahibrida.wordpress.com 8 DE DEZEMBRO 16:00-18:00: Doação da biblioteca pessoal de Ana Luísa Janeira. +info www.demimonde.weebly.com No âmbito do projecto Leituras em Transição = Gosta de ler? - Biblioteca pessoal da Professora Ana Luísa Janeira - Oferecemos 5 livros/revistas. Parceria: Galerias Municipais - CML CEM - Centro em Movimento