Se Júlio Dionísio nos convidasse para uma noite de pescaria à beira rio, certamente que usaria engodo radioactivo para ver os peixes neon deslizar no breu. Acenderia uma lanterna estroboscópica na cabeça enquanto esgrimiria ideias sobre a ordem de um mundo que certamente não seria este.
Não temos, porém, conhecimento de que este oráculo alentejano seja aficionado da pesca. Assim, marcámos encontro com o Júlio na Galeria do Banco, onde criou o ambiente propício para verificarmos que:
“ Yxkokozmyko consiste em degolar o galo bicéfalo do ciclo dia/noite; em desenterrar espantalhos e espíritos famintos dos confins do espectro cromático e, também, em calcular extramentalmente os colibris estilhaçados do horror ao vazio que sitiam as fontes do ritmo circadiano. Porque afinal é – ou sempre foi – tão fácil electrocutar as imagens e os objectos, andar para trás e para a frente (e em círculos), rebentar, falhar, perder de propósito: fazer desaparecer a montanha, a mão – carregar DELETE.”
Yxkokozmyko, de Júlio Dionísio, é a sexta intervenção na Galeria do Banco. O recinto, artista após artista, trabalho após trabalho, vai seguindo o seu caminho de transmutação aditiva (uma transmutação estelar, neste caso).
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
