14:00 até às 22:00
Semana de Abril

Semana de Abril

É pelos idos de Março que começamos a ansiar por estes dias de Abril, pelo dia, a luz e as flores que eles trazem. Como não podia deixar de ser, a AEFCSH celebra e relembra a Revolução com uma semana repleta de eventos - debates, filmes, concertos e leituras -, para que estes dias, tão importantes como memoráveis, nos sejam de novo trazidos às salas, à esplanada e à rua, sem que nunca deixem de ser pensadas e tomadas por garantido. Junta-te a nós, vem ver a Liberdade a passar por aqui!

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DIA 24 DE ABRIL


- Filme “Tarrafal” de Diana Andringa (16h | Sala T6 | Torre B)
Os relatos de Edmundo Pedro revelam-nos a extrema dureza do Tarrafal, esse “campo da morte lenta”, criado à imagem dos campos de concentração nazis, mas também o modo como os prisioneiros conseguiram organizar-se para resistir e para, apoiados apenas na força dos seus ideais, ali reinventar a vida, até à Libertação.
(a realizadora estará presente no debate que se segue)

- Debate “Presos Políticos” (18h | Esplanada)
A história da nossa democracia começa na sua repressão. Ao longo dos 48 anos de regime do Estado Novo, foram inúmeras as perseguições, torturas e encarceramentos daqueles que lutavam para reclamar os seus mais fundamentais direitos, mas também para que o paradigma ditatorial que ia estagnando e azedando este país fosse quebrado. Algumas dessas pessoas, presas e silenciadas pelas palavras e timbres das suas vozes, já são hoje, finalmente, ouvidas. Por que experiências passaram? Que memória nos resta destas perseguições? Cada vez mais é necessário que falemos sobre o que se passou, para que não esqueçamos os esforços daqueles que lutaram pela liberdade, mas também para que esses mesmos esforços se não banalizem e sejam tomados por garantidos.
Conta com a presença de:
Aurora Rodrigues (ex-presa política e magistrada)
Diana Andringa (ex-presa política e realizadora do filme “Tarrafal”)
Fernando Rosas (ex-preso político e professor na FCSH)
Henrique Ricardo Graça (ex-preso político)
Luís Farinha (Diretor do Museu do Aljube – Resistência e Liberdade)

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DIA 26 DE ABRIL

- Leitura Aberta de Poesia Revolucionária e de Intervenção (14h | Esplanada)

- Debate “No que é que isto deu?” (16h | Esplanada)
Quando para muitas e muitos a festa se estragou e o mês de Novembro se vingou, quando para muitas e muitos o PREC (Processo Revolucionário em Curso) foi apenas uma pétala do cravo que murchou, quando para muitas e muitos o sinónimo da Revolução dos Cravos era o desejo incessante de entrar no comboio dos outros, que em breve seríamos nós e no ano de 1986 entrámos para a CEE. São muitas memórias, são muitas conversas contadas de boca em boca. 
Será que metemos o “socialismo na gaveta”? Que estamos a pregar a uma nostalgia do colonialismo branqueando o discurso com falsas memórias? Para onde foi a participação popular intensa que se viveu em tantos lugares, perguntamos, quando hoje o que sentimos com intensidade é uma sensação de apatia social e de desconfiança face ao colectivo? Será que já está tudo bem?
Estas são as questões que nos assaltam o pensamento e portanto as nossas vida, e com este debate tentaremos encontrar respostas, desconstruindo o que for preciso para podermos construir algo melhor.
Conta com a presença de:
José Mário Branco (cantautor)
Paula Godinho (professora na FCSH)
Ricardo Noronha (investigador no Instituto de História Contemporânea)
(painel sujeito à entrada de mais um nome)

- Filme "Cenas da Luta de Classes em Portugal" de Robert Kramer (18h | local a anunciar)
Passou no New York Cinema em 1976 um documentário que falava da luta de classes pós-25 de Abril. Desde reuniões (ainda) secretas de movimentos, ao socialismo, à bomba no emissor da Rádio Renascença – essa ocupada pelos trabalhadores – a muitos mais momentos memoráveis da revolução.

- Concerto do coro Sine Nomine (21h | local a anunciar)
O coro Sine Nomine formado no final de 2013 por um grupo de jovens universitários, anteriormente colegas no Conservatório Regional do Baixo Alentejo, finalmente reunido de novo na cidade de Lisboa. Os Sine Nomine são hoje um grupo amador com sólida formação musical que, pretendendo essencialmente reunir amigos nos ensaios semanais e concertos, acaba por funcionar como primeira experiência para compositores e maestros. O grupo vai interpretar, em celebração da data, temas de Lopes Graça, José Afonso entre outros da época da revolução.

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DIA 27 DE ABRIL

- Filme “Torre Bela” (14h | Auditório 2 | Torre B)
Documentário que acompanha durante 8 meses a ocupação da Herdade da Torre Bela, no Ribatejo, feita em 1975, em pleno período revolucionário, por um grupo de 500 desempregados da região de Manique - ex-trabalhadores agrícolas, antigos imigrados que voltaram ao país, reincidentes e prisioneiros políticos libertados.

- Debate “Reforma Agrária” (16h | Esplanada)
O Sul é um lugar inscrito no nosso imaginário. Lugar onde uma pretensa pureza nacional está resguardada para umas, espaço de duros conflitos para outras, as leituras sobre a vivência rural não raras vezes conflituam entre si e originam um combate pela memória. A Reforma Agrária será o exemplo paradigmático desta asserção. O levantamento dos trabalhadores e das trabalhadoras dos campos alentejanos em busca de uma vida mais justa, contra o poder arbitrário e quase absoluto dos latifundiários - grupo que se constituiu num dos sustentáculos do Estado Novo desde os seus alvores -, segue sendo alvo de múltiplas e antagónicas leituras. "A Terra a quem a trabalha", ecoava pelos campos. Terá sido mesmo assim que aconteceu, ou a Reforma Agrária foi produto de instrumentalizações partidárias que diziam pouco a quem estava no centro das suas reivindicações? A nova organização do trabalho, nas Unidades Coletivas de Produção, terá arruinado a produção agrícola? O que era uma Unidade Coletiva de Produção e como se processou, a partir de então, a vida nas herdades? Os latifundiários: vítimas ou carrascos? As perguntas que nos surgem, estas e tantas outras, que carecem tanto de informação a um primeiro nível como de debate crítico numa dimensão posterior, serão as que estarão na base deste debate.
Conta com a presença de:
Constantino Piçarra (investigador no Instituto de História Contemporânea)
Fernando Oliveira Baptista (Ministro da Agricultura e das Pescas em 1975 e antigo professor do Instituto Superior de Agronomia)
(painel sujeito à entrada de mais nomes)
Joana Nunes (mestre em História Contemporânea)


- Crepúsculo Liberdade (18h) a começar com um concerto de AP Braga
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