Ruralidade da Gente Marinhoa

O Jorge Bacelar não é apenas um fotógrafo muito premiado é sobretudo um fotógrafo dotado.
No exercício da sua actividade profissional (médico veterinário) contacta com a vida rural, com as pessoas, com o trabalho árduo, com os rostos enrugados e tisnados pela exposição ao sol, com os animais, os animais de companhia e os animais de trabalho e da relação de afecto, quase pessoal, que se estabelece entre todos.
Depois há também rostos de crianças, da modéstia das suas vestes e da candura dos seus olhares, de uma beleza muito própria. Expressões de cansaço e até de desalento. Excertos de vida.
Mas há também sorrisos discretos que mantêm próxima a alegria de viver, de partilhar, de sonhar que um mundo melhor é possível.
A cores ou, na sua ausência, sempre a mesma mensagem profundamente humana, tocante. As pessoas, o seu modo de vida, (os seus sonhos?), as relações que estabelecem entre si e o mundo que as rodeia são o universo das imagens do Jorge Bacelar.
É também um olhar de proximidade, de extrema simplicidade. De um modo de viver que se nos afigura estranho. De uma vida dura, sem o conforto urbano. 
Desfiar os olhos pelas fotos do Jorge Bacelar leva-nos ao conhecimento de um modo de vida que não está presente no nosso afadigado e desatento quotidiano. De um país, de um projecto de vida em sociedade que ainda está por cumprir.
Não é possível ver as fotos sem sentir um nó na garganta…e ambicionar que é necessário, é urgente, mudar, mudar para melhor porque, como no dizer do poeta, toda coragem é necessária porque toda a esperança é legítima.
E, para lembrar tudo isto, não faltam os cravos de Abril do nosso contentamento.

Para consultar o catálogo siga este link:
https://issuu.com/fundacaodionisiopinheiro/docs/ruralidade_da_gente_marinhoa