(within the film... there are no silent spectators) de Cláudia Lopes Inauguração 7 Nov às 21h30 Patente até 5 Dez Aviso aos espectadores Tudo o que aqui se mostra não/é verdadeiro, não/é real, não/existe. (O problema da linguagem é um problema de experiência) Cláudia Lopes Bio Cláudia Lopes (n. 1982, Porto), artista plástica. Doutoranda em Belas Artes, com o apoio de uma bolsa de investigação atribuída em 2012 pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, Mestre em Ensino das Artes Visuais (2009), Especialização em Arte Pública e Intervenções Site-Specific (2009) e Licenciada em Belas Artes-Pintura (2005). Expõe e participa em conferências, apresentações e seminários desde 2002, em Portugal e no estrangeiro. Realizou residências artísticas (Portugal, Espanha, Inglaterra), assim como foi seleccionada em diversos prémios e concursos. Nasci em 1982 na Maternidade Júlio Dinis no Porto. Com os olhos abertos, muito grandes. Cresci com dois irmãos e, consequentemente, rachei a cabeça mais vezes do que seria de supôr a uma menina. Aos três anos comecei a escrever. Copiava as letras de tudo o que via, juntava-as e pensava que era assim que se escrevia. Aprendi a ler com quase sete anos. Demorei porque não conseguia ver. Os meus primeiros óculos fizeram-me nascer de novo. Desenhava de forma compulsiva e enquanto desenhava criava histórias, contava-as para o meu ser interior. Soube desde os onze anos o que queria ser quando fosse grande. Hoje chamam-lhe artista, na altura não era esse o nome. Hoje continuo, cúmulo de todos esses anos passados e arranhões. Os olhos continuam grandes, ainda tenho óculos, as histórias que conto não sei se são tão bonitas. Continuo a sentir-me como há 30 anos atrás. Na altura comecei a escrever mas não sabia ler. Imaginava que, juntando as letras, aquelas grafias eram as palavras que realmente as significavam. Pode ser que um dia consiga perceber o verdadeiro absoluto dessa condição – o desejo e a imaginação são o pensamento. Tudo o resto são acessórios para que o pensamento se faça entender.