O Centro Cultural de Cabo Verde recebe a peça | Um Labirinto, Um Homem, Uma Mulher, uma produção de Macaréu – Associação Cultural. Inspirado no poema A Invenção do Amor, do poeta cabo-verdiano Daniel Filipe.
A peça conta com as interpretações de Ana Esperanza, Helmar, Isabel Rocha, Orquídea Lima e com a voz off de Mário Ferreira. A encenação é de Tó Maia, com iluminação e som assegurados por Mário Ferreira.
A apresentação terá lugar no sábado, 20 de dezembro, às 18h00, no Centro Cultural de Cabo Verde (CCCV), situado na Rua de São Bento 640, 1250-222, Lisboa.
- Sobre a peça:
"Invenção do Amor", um poema de sucesso assinalável na poesia portuguesa de resistência, publicado em 1961, e da autoria de Daniel Filipe, inspirou a peça "Um Labirinto, Um Homem, Uma Mulher", com encenação de Tó Maia e produção do Clube de Teatro da Macaréu (CTM). Foi apresentada em 2022 no espaço da Macaréu - Associação Cultural e agora pretende-se trazê-la de volta fora de portas, no CCCV – Centro Cultural de Cabo Verde, para assinalar o centenário do nascimento de Daniel Filipe, poeta e jornalista natural de Cabo Verde, nascido em 1925 e falecido em 1964, em Portugal. Daniel Filipe foi um preso político, perseguido e torturado durante o regime da ditadura. O poema A Invenção do Amor foi escrito e publicado durante o governo ditatorial de Salazar.
Este poema que atravessa o tempo manifestando-se eminentemente atual, parte de uma pequena história que conta a perseguição movida por toda a cidade a dois amantes que não seguem a ordem e a rotina, pelo simples facto de se amarem, colocando "em jogo a cidade, o país, a civilização do ocidente". O perigo de contaminação pelo amor reside na capacidade que o amor possui de desencadear a reflexão e a consciencialização sobre a condição humana. A urgência do amor é construída a partir de um discurso fortemente exortativo, apelativo, anafórico, que lança mão de todos os recursos retóricos para conseguir a persuasão dos destinatários.
"Se um homem de repente interromper as pesquisas
e perguntar quem é e o que faz ali de armas na mão
já sabeis o que tendes a fazer
Matai-o Amigo irmão que seja". | “A Invenção do Amor”