Entendida como atributo essencial para a qualidade de vida de todos os cidadãos, sem distinção de qualquer natureza, a acessibilidade é garante fundamental de uma sociedade democrática e inclusiva. A utilização equitativa do espaço e a sua fruição pelo maior número de pessoas devem ser, por isso, valores integrantes do pensamento sobre a cidade e o território contemporâneos.
Partindo deste pressuposto, propôs-se a criação de um conjunto de instalações site-specific no tecido urbano de Coimbra, que possam proporcionar diferentes apropriações do espaço público, conferindo-lhe um novo, ou outro, significado.
Paisagens Acessíveis que desenham um percurso arquitectónico através da ativação de lugares menos visíveis na vivência quotidiana da cidade e uma experiência espacial à escala do objeto.
A idealização e concretização destas instalações experimentais de caráter efémero foi desenvolvida no âmbito de um workshop de autoconstrução em madeira, dirigido a estudantes de Arquitetura e Design, organizado pela Associação Há Baixa (HAB) e o Departamento de Arquitetura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (DARQ-FCTUC), em parceria com a Acesso Cultura.
Esta iniciativa constitui uma oportunidade de levar a Arquitetura à cidade, num diálogo que procura diluir as fronteiras do ensino académico e privilegia a aprendizagem pelo “saber fazer”, expondo os estudantes a diferentes metodologias de aproximação à prática do projeto e à participação cívica.
Neste confronto com o “real” são propostos quatro pontos de intervenção no centro histórico da cidade, trabalhados por quatro equipas: a Rua das Matemáticas, o Jardim da Imprensa da Universidade, o Pátio do Castilho e o Largo do Romal.
Tipologias distintas de espaço urbano que oferecem a possibilidade de sensibilizar e de refletir, através do processo criativo, sobre o ambiente construído e os desafios da integração dos princípios do design universal na materialização e adaptação do território às necessidades e direitos dos seus habitantes.