Reanimação. Termo que, em linha transversal, percorre tanto o trabalho de Simon Whetham como o de Banha da Cobra. Artefactos mundanos, igualmente, presentes nas respectivas descrições. Ruína. Colaboração.
A abolição da hierarquia entre objectos e quem os manipula. A autoria que se amplia numa vastidão de processos colaborativos. A incerteza como azimute. Alinhamentos contidos na aleatoriedade.
SIMON WHETHAM | Desde 2005 que trabalha com o som como matéria de criação. Faz uso de som ambiente, empregando uma variedade de métodos e técnicas para obter ‘artefactos’ sonoros que muitas vezes passam desapercebidos e somente ligeiramente revelados. Cria traços físicos de som, canaliza e transforma a energia e mais recentemente recupera e reaproveita a tecnologia de consumo obsoleta.
‘Channelling’ é um projeto audiovisual cinético, no qual uma coleção de dispositivos motores resgatados de tecnologias de consumo obsoletas e descartadas é reanimada por gravações sonoras ambientais. Por sua vez, isso produz novos sons nos dispositivos, que são amplificados por meio de diversos microfones e outras técnicas.
As gravações apresentam aspectos sonoros aparentemente mundanos que ocorrem de forma imprevisível e irregular na vida quotidiana – automóveis e pessoas que passam, o vento, portas a fechar – e sons de outras máquinas que funcionam mal. Por isso mesmo, o movimento dos dispositivos é aleatório, variável e autónomo. Isso significa que o relacionamento entre o executor e os dispositivos é colaborativo, e não uma situação do tipo mestre e executor.
‘Channelling Reduction’ segue a tendência da miniaturização. À medida que evolui, torna-se menor e mais leve, mas mais poderosa.
Desde 2021 ‘Channelling’ tem sido apresentada nas suas diversas formas em festivais e eventos internacionais, tais como: Noise Istambul [Turquia]; WIP Cyens [Chipre]; Intermediale [Polónia]; Underground Sófia [Bulgária]; WeSA Fettival [Coreia do Sul]; Sonica Festival, [Eslovénia]; Festival MA/IN [Itália]; phono-festival [Chéquia]; New Adits [Áustria]; Simultan [Roménia]; Café Oto, [Reino Unido]; Festival Izis, [Eslovénia]; NEXT Festival [Eslováquia] e 28.MFRU [Eslovénia].
http://simonwhetham.co.uk/ | https://youtube.com/watch?v=Eq3QgN7D3vA | http://flagdayrecordings.bandcamp.com/album/channelling | http://cronica.bandcamp.com/album/successive-actions
BANHA DA COBRA | Fluxo de investigação e intervenção sonora eletroacústica, Banha da Cobra é um projeto que parte do imaginário sónico de atividades e paisagens artesanais, ritualísticas e tradicionais. As composições são feitas como ruínas sonoras, com base numa ecologia entre a sustentabilidade da natureza sonora do encontrado - estruturas, lugares, materiais, objetos, padrões, etc. - e a sua apropriação e transformação. O colecionismo inerente a este projeto de carácter arquelógico completa-se com processos de manipulação alquímica como criação musical em tempo real. Banha da Cobra é um projeto de Mestre André e Carlos Godinho.
http://discrepant.bandcamp.com/album/lava-love | https://instagram.com/banha.da.cobra | https://youtube.com/watch?v=7MGGt3iuR7s
http://discrepant.bandcamp.com/album/lava-love | https://instagram.com/banha.da.cobra | https://youtube.com/watch?v=7MGGt3iuR7s
Entrada | 08 euros [à porta no dia do concerto]
