Título: 8 Things (Sketches 1-3) Criado e interpretado por: Elise Nuding | Created and performed by: Elise Nuding 8 Things (Sketches 1-3) convida-nos a participar numa ética reconfigurada das coisas, onde a funcionalidade dá lugar a um envolvimento mais poético com os objectos e a sua materialidade e onde a troca mutua e constitutiva entre pessoas e coisas é trazida para um lugar de foco. Um encontro entre corpos e coisas; entre umas coisas e outras coisas; entre matéria e matéria. Pode ser qualquer coisa. 8 Things (Sketches 1-3) é uma nova fase de uma pesquisa ainda em curso, que se dedica ao quão complicadas e confusas são as relações entre os seres humanos e as coisas, e ao potencial que contêm enquanto matéria para as prácticas coreográficas e performativas. 8 Things (Sketches 1-3) invites you to participate in a reconfigured ethics of things, where functionality gives way to a more poetic engagement with material objects and where the mutually constitutive exchange between people and things is brought into focus. An encounter between bodies and things; between some things and other things; between matter and matter. It could be anything. '8 Things (Sketches 1-3)' is a new phase of an ongoing research enquiry into the complicated, messy relationships between humans and things and their potential for choreographic and performance practices. Bio Elise Nuding é uma artista ligada à dança, da ação e do pensamento, cuja prática criativa inclui a performance, a coreografia e a escrita. Atualmente sediada em Londres, Elise tirou o seu mestrado na London Contemporary Dance School e é licenciada em Arqueologia pela Brown University. Além de colaborar como performer para outros coreógrafos Elise desenvolve também o seu próprio trabalho coreográfico. Os seus projetos originam-se a partir das áreas de diálogo que encontrou entre a performance e a arqueologia. A sua pesquisa explora as relações entre lugar, memória e indivíduos, explorando a interação entre corpo, memória/imaginação e ambientes materiais, procurando tornar estas interações em constante mutação presentes através da performance. Tanto enquanto performer quanto como pensadora Elise vê a prática e a teoria como intrinsecamente interligadas estando ainda, no entanto, a tentar destrinçar todas as implicações desta abordagem. Entretanto continua a inspirar-se na inteligente, vulnerável, imprevisível e constantemente surpreendente natureza do corpo humano na performance. A escrita também se encaixa algures neste lugar – tanto como forma de refletir sobre a sua prática, quanto como uma prática com o seu direito próprio. E é a favor da colaboração. Durante a sua residência no Atelier real em Lisboa, Elise vai trabalhar no projeto construído a partir da sua performance a solo Shift, spin, warp, twine (2014), na qual trabalha com cordas náuticas. O trabalho combinará a sua experiência de trabalho em embarcações à vela com a sua prática enquanto artista da área da dança e da escrita. O projeto pegará numa série de objetos retirados ou associados às tradicionais embarcações à vela como ponto de partida para explorar as histórias com os objetos materiais. O resultado será uma série de pequenos estudos/performance e textos com estes objetos como ponto de partida, que não só estão ligados à sua história cultural mas também ao seu potencial criativo e estímulo imaginativo. SOLOperRE.AL Annika Pannitto | A dance by Annika Pannitto Este trabalho emerge de uma pesquisa prática e teórica sobre e em torno do tema da produção de espaço, começando pela observação do corpo em movimento. O foco desta peça está no como, através de um encontro ao vivo, é possível tornar o espaço em "comum", que é entendido como um espaço que só pode ser definido de acordo com a participação e multiplas relações que acontecem entre quem cria uma peça de dança e quem a observa. Coreografia, texto e desenho de Annika Pannitto Realizado com o apoio do projecto Culture@Work. Agradecimentos: Atelier RE.AL, Valentina Perrotta, Elise Nuding e Claire Buisson This work emerges from a practical and theoretical research on and around the theme of the production of space starting from the observation of the body in motion. The focus of this dance is on how, through a live encounter, it is possible to make the ‘common’, which is understood as a space that can be defined only according to the participation and multiple relations that occur between who produces a dance and who watches it. Choreography, text, drawing Annika Pannitto Realised with the support of the project Culture@work Thanks to Atelier RE.AL, Valentina Perrotta, Elise Nuding and Claire Buisson Bio Annika Pannitto (Itália, 1981) começou o seu trabalho como coreógrafa em 2007. Desde essa data que vem criando peças de palco e site specific performances que foram apresentadas por toda a europa, em vários espaços (Rotterdamse Schouwburg, Napoli Fringe Festival, Dock11/Berlin, PIM/Milan, Dansateliers/Rotterdam, Oostblok/Amsterdam, Festival Les Répérages/Lille entre outros). A formação em ballet foi, para Annika, fundamental para a sua compreensão da técnica e o principal acionador na descoberta e estudo das práticas da dança contemporânea, que inspiraram e influenciaram a sua pesquisa por um movimento pessoal e prática coreográfica. A sua curiosidade por outras formas de arte são bem visíveis nas suas produções. Annika colabora de forma regular com artistas dos mais diversos campos artísticos, procurando constantemente renovar a sua linguagem e propor trabalhos que são apresentados a diversos tipos de audiência. Em 2014 terminou o seu mestrado em coreografia, na ArtEZ School of the Arts em Arnhem. Durante o período de residência no Atelier Real Annika propõe trabalhar no seu projeto “Making the common: a choreographic project on the theme of the production space”. O projeto assenta numa pesquisa, tanto prática como teórica, em torno da questão da construção do espaço. Começando pelo corpo em movimento, propõe-se a olhar para a geração de espaço como um evento na coreografia, com o intuito de abrir para uma reflexão sobre a forma como o espaço é apropriado e distribuído dentro do enquadramento coreográfico, focando-se particularmente na forma como o espaço da dança pode ser igualmente acessível para o produtor (o bailarino, o coreógrafo) e para o receptor (o espectador).
