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O charme discreto da ditadura: o que leva pessoas a glorificar ditadores?

O charme discreto da ditadura: o que leva pessoas a glorificar ditadores?

"Isto com um Salazar endireitava!" ou "No tempo do Salazar não havia nada disto" são frases frequentemente ouvidas em Portugal. Na Rússia, o concurso de televisão "Os Melhores de Nós" revelou que os espectadores estavam dispostos a votar maioritariamente em Estaline - apesar do sofrimento que este infligiu a tantos milhões de pessoas. Nos nossos dias, jovens russas despem-se voluntariamente para oferecer calendários eróticos a Putin, como presente de aniversário ou em sinal de gratidão. Mas o fenómeno já vem de muito longe: os próprios gregos de Sócrates e da polis democrática deixaram-se subjugar pela brutalidade de Alexandre da Macedónia, e o líder que desfazia nós górdios a golpes de espada acabou por entrar na História com o cognome "Magno".

O escritor alemão Wladimir Kaminer - que nasceu e cresceu na URSS, vive há mais de trinta anos em Berlim e de momento prefere não visitar a Rússia, não se vá dar o caso de ir parar à Sibéria sem querer - tenta investigar o fenómeno: em que radica esse estranho poder de sedução das ditaduras e dos ditadores? Wladimir Kaminer vem a Portugal participar no lançamento do seu mais recente livro, Pequeno-almoço à Beira do Apocalipse, publicado pela editora Zigurate.

Em conversa com Aurora Rodrigues, Irene Pimentel e Leonor Rosas, procuraremos respostas para esta questão, a partir do caso do Estado Novo. Moderação de Joana Manuel.

Wladimir Kaminer nasceu na URSS, vive desde 1990 em Berlim e escreve em alemão. As suas crónicas sobre temas da atualidade fazem dele um dos escritores mais apreciados da Alemanha. Para além dos livros e de publicações em várias revistas, tem dado vida a programas de rádio e televisão, e foi durante muitos anos DJ da Russendisko no Café Burger.

Aurora Rodrigues foi resistente antifascista, presa e brutalmente torturada; trabalhou como magistrada do Ministério Público e desenvolveu intenso trabalho na denúncia do fascismo e pelos direitos humanos das mulheres.

Irene Pimentel é historiadora, especializada no estudo do período contemporâneo de Portugal, especialmente da PIDE e do Estado Novo.

Leonor Rosas é mestre em Antropologia pela FCSH e doutoranda em Antropologia no ICS-UL e foca-se no estudo da memória, colonialismo e espaço público.

Joana Manuel é atriz, cantora e performer.

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