Katherine Liberovskaya, David Maranha, Margarida Garcia, Manuel Mota, Pedro Sousa, Rafael Toral, Adriana Sá, André Gonçalves e Vasco Alves
Appleton Garagem A11Galleries – Rua do Centro Cultural 11 Dia 11 das 15h às 23h Dia 16 de Abril, das 20h30 às 23h Dia 18 de Abril, das 20h30 às 23h
A Appleton, na sua programação “Garagem” de David Maranha e Manuel Mota apresenta “The Movement of People Working” enorme monumento cinemático-musical, com mais de 25 horas de filme, gravadas desde 1973, inicialmente em película a cores de 16 mm, depois com tecnologia vídeo e digital, em zonas rurais de países de todo o mundo, nomeadamente Peru, México, Hungria, Hong Kong, Brasil, Lesoto, Portugal, China e Japão, em Sumatra e no Ártico. Documentário com uma montagem extremamente minimalista, apresenta pessoas em tarefas diárias tais como, martelar, serrar, moer, colher, tingir, pescar e muito mais – representando o trabalho na sua forma mais elementar. As composições minimalistas e simultaneamente monumentais de Phill Niblock, com os seus drones microtonais que se desenrolam lentamente, integram este material cinematográfico. Múltiplas camadas de material sonoro criam um continuum de movimentos e pulsações sónicas com uma textura extremamente densa. A instalação é acompanhada pelas composições sonoras de Niblock, complementadas por atuações ao vivo do autor (até 2023) e de outros artistas. Para as apresentações em Portugal foram convidados músicos com ligações profissionais e de afecto ao artista, maioritariamente ex-bolseiros da Bolsa Ernesto Sousa, nomeadamente; Katherine Liberovskaya, David Maranha e Margarida Garcia no dia 11 de Abril, Manuel Mota, Pedro Sousa e Rafael Toral no dia 16 de Abril e a fechar Adriana Sá, André Gonçalves e Vasco Alves no dia 18 de Abril. O projeto tem vindo a ser apresentado em vários locais, entre os quais: Pirelli Hangar Bicocca, Milão, 2020; Fundação Hermès, Tokyo, 2021; Silent Green, Berlin, 2023.
Phill Niblock (1933-2024, EUA) é um artista cuja longa carreira abrange a música minimalista e experimental, o cinema e a fotografia. Desde 1985, foi diretor da Experimental Intermedia, uma Fundação para a música de vanguarda sediada em Nova Iorque e com uma filial em Ghent. Em Portugal, o seu nome está ligado à Bolsa “Ernesto de Sousa” (1992–2013) apoiada pela Fundação Luso- Americana para o Desenvolvimento e pela Fundação Calouste Gulbenkian, tendo inspirado várias gerações do experimentalismo e da vanguarda nacionais, mudando o cenário da arte intermedia neste país. Músicos começaram a trabalhar com o espaço, com vídeo, com objetos, e artistas visuais e performers viraram-se igualmente para o som. Nota dos programadores: O convite ao Phill Niblock para fazer esta mostra retrospectiva esteve inicialmente programado para 2020. Infelizmente com as restrições da pandemia, o programa foi cancelado e adiado sine die. No verão de 2023 o Phill quis finalmente reactivar o projecto tendo sido marcada a data da apresentação para Abril de 2024. Foi com grande consternação que se recebeu a triste notícia da sua morte a 8 de Janeiro. A ideia seria celebrar os seus 90 anos juntos. Foi sua vontade expressa nas últimas horas de vida, manter a data deste programa no formato idealizado conjuntamente. E assim se cumpre essa vontade, agora em formato de homenagem.
