Boas tardes! Neste Inverno rigoroso apetece mesmo ouvir poesia à lareira. Por isso, na próxima sexta feira, 30 de janeiro, apareçam na FICAR às 21h30 para o lançamento do livro "POEMA EM CASCATA" do António Sérgio Silva, com leituras com o Carlos Baptista e a Maria João Reis! Quem quiser pode trazer os seus poemas favoritos para uma leitura partilhada ao lume. Deixamos umas palavras do António Sérgio, e agradecemos desde já a divulgação deste evento! SERVINDO (OU NÃO) DE MANIFESTO A poesia deixou de ser para mim a expressão de pensamentos, em palavras que, de certa forma, dão corpo a um discurso interior, de sentido individual e colectivo. Procuro que a ideia, o sentido do poema, seja posterior à sua construção, como uma exigência também de leitura. Vejo-me, assim, a compor sequências verbais, mais ou menos extensas, que vou trabalhando, distendendo, sintetizando, substituindo. O sentido do poema começa por ser muto frágil, muito limitado a um significado fragmentado. É com unidades maiores, revistas várias vezes, que se vão construindo sentidos cada vez mais robustos, no intuito de conseguir corpos claros e fluidos, com traços de oralidade, plenos de musicalidade. Desejo, portanto, que a minha poesia se demarque de um certo realismo “pop”, conservador, inspirado na cultura de massas e nos seus ícones. Demarco-me das escritas que mobilizam o imaginário ingénuo, com formas de representação mimética, com pouca consciência crítica da realidade. Não me revejo nessa poesia que surge acessível, agradável, de leitura rápida e de compreensão simples. Portalegre, António Sérgio S. Silva
