Em Julho de 2020 a CT4V estreava, em plena pandemia, um dos mais desafiantes textos do teatro Português “António Marinheiro” – celebrando o centenário do seu autor Bernardo Santareno. Na altura o público que esgotou as três sessões considerou o espectáculo “Brilhante, “Intenso”, “Extraordinário” e com elogios rasgados sublinhou a encenação, as interpretações e o belíssimo cenário composto com centenas de metros de cordas suspensas que “nos remetem para a vida de marinheiro, mas também para a figura das Moiras que tecem o destino da vida humana”. Este espectáculo foi extremamente sentido por quem o viu, e ao longo dos anos seguintes foram vários os pedidos para o repor. Chega então a altura de o levar novamente à Fábrica de Santo Thyrso, já neste mês de Novembro nos dias 10, 11 e 12 às 21.30. Esta produção de grande qualidade artística conta com encenação de Pedro Ribeiro e actores profissionais oriundos de Santo Tirso, Famalicão, Porto, Gaia, Aveiro. RESERVAS E BILHETES: Os bilhetes para cada apresentação são limitados, por favor reserve o seu bilhete antecipadamente. O preço inteiro do bilhete é 6€, existindo descontos para estudantes, grupos, sócios CT4V e cartões municipais. Reservas através do número 964310500 ou e-mail ctosquatroventos@gmail.com. SINOPSE: No interior de uma casa duas mulheres costuram. Carregam um luto recente. São mãe e filha. A mais jovem, viúva desde há três meses por um crime de sangue que lhe matou o marido, em frente à casa, na taberna. Os seus trabalhos de costura estão suspensos numa corda presa ao tecto... Só nos tornaremos verdadeiramente livres depois de nos confrontarmos com o passado e o aceitarmos. Uma tragédia em três actos nos quais se encena a história de amor travessada por conflitos entre António Marinheiro e Amália. Celebramos novamente o dramaturgo Bernardo Santareno enredando-nos nesta fabulosa peça onde ele, na também sua condição de médico psiquiatra, criou personagens com traços psicológicos complexos que nos preenchem e emocionam. Em “António Marinheiro” espelham-se diversas questões sociais: violência, alcoolismo, prostituição, pobreza material e espiritual, homicídio, preconceito e o isolamento do indivíduo no seio de uma comunidade. Ália Rodrigues escreve “a tragédia não constitui um canto de morte, antes uma promessa de vida: apesar de dizer o trágico, o homem pretende acima de tudo superá-lo”. É com esta visão positiva que mergulhamos numa comunidade próxima de nós - fechada em si mesma pelo subdesenvolvimento, pela carga de um estado que cultiva tradições arcaicas e superstições - para encontrar em nós mesmos a força para rasgar com moldes e evoluir. Este espectáculo tem a duração de 2h e é indicado para maiores de 16 anos.
