17:00
Fake Extreme Art / making of #10 Lorena Izquierdo

Fake Extreme Art / making of #10 Lorena Izquierdo

PT Na Estufa Fria, em Lisboa, e no âmbito do projecto Galeria Ana Lama, no 2º ciclo Fake Extreme Art _ a performance de Lorena Izquierdo Aparicio tem o título A Árvore Depois de Correr e irá explorar modos de articulação de um paradoxo, tanto sonora como visualmente.

. making of #10 _ Lorena Izquierdo interagirá com o realizador Gabriel Marmelo, que fará o registo da ação com multicâmaras e câmaras de vigilância, além de produzir vídeo em tempo real.

RESERVA / BOOK: galeriaanalama@gmail.com

PROGRAMME _ MAKING OFS: https://www.galeriaanalama.org/programa/

VIDEO PERFORMANCES: https://www.galeriaanalama.org/video-performance/

EN At Estufa Fria, in Lisbon the performance by Lorena Izquierdo Aparicio is entitled A Árvore Depois de Correr (The Tree After Running) and will explore ways of articulating a paradox, both sonically and visually. Lorena Izquierdo will interact with director Gabriel Marmelo, who will record the action with multicameras and surveillance cameras, as well as producing real-time video.

... PT Apresentamos Lorena Izquierdo, vocalista, performer e poetisa espanhola de Valência. Desde 2014, tem construído a sua carreira artística independente entre a Espanha e a Alemanha. Para um paraquedista em queda livre, a velocidade final que atinge antes da abertura do paraquedas chega a variar, aproximadamente, entre os duzentos e os duzentos e quarenta quilómetros à hora.

Se o alternativo em arte for uma coisa perigosa, certos críticos até podiam ajudar, mas não ajudam! Se o alternativo em arte for uma coisa perigosa e se não for possível avaliar as práticas artísticas atuais, cuja característica essencial é precisamente a do questionamento de todas as normas habituais de legitimação, o perigo estará precisamente aí. A começar pelos próprios conceitos de arte e de obra de arte. Porque o êxito do alternativo em arte surge num território no qual não são visíveis as leis nem a coerção, onde os indivíduos valem por si e têm de auto-organizar-se sem a harmoniosa proteção dos consensos, num mundo repleto das sombras do insondável. Ao saltar de um avião, o paraquedista cai num movimento acelerado, em razão de o peso do seu corpo ser maior, por comparação com a resistência que o ar lhe oferece.

O perigo em arte é o mesmo que o perigo fora da arte. Se esse perigo tiver que ver com alguma nobreza, há muitas pessoas cujo caminho do perigo as levou à reclusão, mas que, afinal, são heroínas. Talvez tenha sido a compaixão a levar muita gente a percorrer os caminhos errados do jogo do azar azarado. Falamos de artes alternativas e de uma certa radicalidade que nos leva a ter curiosidade pelo errado, para chegar ao certo, quando esses mesmos caminhos certos estão atafulhados de maldade e hipocrisia. Não sabemos o que é a arte alternativa; não sabemos dos perigos que advêm de sairmos das formas de fazer que são as ditadas pelo convencional; porém, nada há de mais bonito do que uma vida dedicada à beleza. Lorena Izquierdo explora, nas suas peças, conceitos diversos por intermédio do corpo, da voz, da linguagem poética, do som, do espaço e do tempo; mistura diferentes media e interage com objetos do quotidiano; e chama a esta forma de fazer «Poesia de Ação». Lorena tem uma formação académica ampla — é bacharel em Filosofia e História da Arte, é formada em Dança Butoh. É também mestre em Filosofia da Arte pela Universidade de Barcelona e mestre, pela Universidade Politécnica de Valência, em Práticas Artísticas Especializadas em Arte e Performance.

A velocidade terminal é a máxima velocidade de um objeto em queda livre. 
Nas suas performances, é recorrente o recurso à voz; interessa-se pelo peculiar e pelo genuíno, por aquilo que emerge da improvisação coletiva, da intuição e da busca de limites, do impossível, e também da composição e da reflexão. As suas performances, enquanto música, estão imersas naquilo que é paradoxal; nelas, recorre ao exagero e interage com os limites formais; e também emprega os conceitos de «contenção» e «invisível». A sua procura do som assenta num ponto de vista escultórico, plástico e gestual, que se define tanto pela materialidade vocal como pela experiência única e irrepetível da performance. Além de artista da performance e das artes experimentais, Lorena Izquierdo é conhecida mundialmente por ser uma das mais importantes videntes que o mundo já conheceu — tem visões do futuro em circunstâncias muito especiais. Essas visões acontecem em queda livre, em sessões de paraquedismo. Nos saltos — naqueles que constituem a base plástica das premonições e da verdade sobre o futuro —, o processo é sempre igual durante a queda, momento em que se aclaram as ideias, em que se adota uma posição estável, em que se perfazem 360º sobre o eixo (que é o próprio corpo) e o controlo do paraquedas faz espoletar a intuição. Lorena Izquierdo é procurada pelas pessoas com maiores responsabilidades a nível global; previu guerras, anteviu muitos desastres naturais e alertou para os conflitos antes de estes terem lugar. Izquierdo acredita ter capacidade de prever o futuro e as suas inúmeras previsões sobre eventos mundiais tornaram-se muito conhecidas. Muitas delas eram assustadoras, e algumas tornaram-se realidade. Os seus milhões de seguidores creem que tem competências paranormais, incluindo a telepatia, e que é capaz de comunicar com alienígenas. Desde as suas primeiras previsões, especialistas houve que calcularam que 68% das profecias aconteceram — um pouco menos do que os 85% alegados pelos seus seguidores. Lorena previu o renascimento do mundo em 3797, na sequência de uma crise, e que tudo na Terra florescerá; no entanto, os humanos, por essa altura já muito avançados, estarão em órbita e suficientemente afastados para se mudarem para outras galáxias, desconhecendo que o seu ninho estará intacto e viçoso. As premonições em salto de paraquedas são uma atividade que envolve um altíssimo grau de risco físico, pelo facto de requerer a presença dos praticantes em contextos em que a altitude, as condições ambientais e a velocidade se destacam. Para esta performer, e para que cada um seja capaz de se conhecer a si mesmo, é preciso que saia das suas zonas de conforto, que se permita viver situações que lhe fogem à rotina. Neste contexto, um dos benefícios do salto de paraquedas é o de levar as pessoas a contactar com as suas próprias forças. A paisagem vivida a alta velocidade, durante a queda livre, e o contacto com as formas singulares da natureza deixam em cada um sensações de vitalidade e pertença. Para mais, esta atividade é realizada ao ar livre e em condições de vento forte. Diante de situações perigosas ou de alto risco (controladas por medidas extremas de segurança), o corpo passa a liberar adrenalina. O termo diz respeito à hormona responsável pelos estados de alerta e prontidão, para que assim cada um reaja ante um qualquer tipo de ameaça. Os efeitos secundários da ativação desta hormona não podiam ser melhores nem mais eficazes. Os vasos sanguíneos contraem-se, as vias respiratórias dilatam-se e a frequência cardíaca acelera. Tudo isto potencia a resposta imediata a cada situação. No cérebro, o efeito da adrenalina leva os sentidos a ficar ainda mais pujantes. Desta forma, o corpo é posto num estado total de atenção ao estímulo ocasionado pelo salto de paraquedas. É como se houvesse um novo corpo em ação. Só que, desta vez, com uma nova memória dos limites e novos modos de encarar diferentes tipos de situação.

Na Estufa Fria, em Lisboa, e no âmbito do projecto Galeria Ana Lama, a performance a apresentar tem o título A Árvore Depois de Correr e irá explorar modos de articulação de um paradoxo, tanto sonora como visualmente. Na performance, Lorena Izquierdo interagirá com o realizador Gabriel Marmelo, que fará o registo da ação com multicâmaras e câmaras de vigilância, além de produzir vídeo em tempo real. Segundo Lorena, A Árvore Depois de Correr trata da «criação de uma experiência alargada do espaço: as árvores, as plantas, os pássaros — como se tornam eles a experiência da ação? Podemos ir além dos limites entre objetos, corpo, som e os seus intervalos? A peça explora a possibilidade de situar o público e a performance numa relação pouco habitual com o contexto e, ao mesmo tempo, estar presente, no aqui e agora, para criar uma posição dissidente na perceção e assim dar espaço para a emergência de novos e estimulantes lugares na imaginação».

Ana Lama, Córsega 
15/09/2022

EN Presenting Lorena Izquierdo: a Spanish vocalist, performer, and poet from Valencia, developing her independent artistic career between Spain and Germany since 2014.

For a skydiver in free fall, the final speed reached before the opening of the parachute varies, approximately, between two hundred and two hundred and forty kilometers per hour.

If the alternative in art is a dangerous thing, certain critics could help, but they don't! The alternative in art is a dangerous thing due to the impossibility to evaluate current artistic practices. Those practices, whose essential characteristic is precisely that of questioning all the usual norms of legitimation, have at their core an element of danger. Starting with the very concept of art and a work of art, the success of the alternative in art arises in a territory where neither laws nor coercion are visible. Individuals of worth have to organize themselves without the harmonious protection of consensus, in a world filled with shadows of the unfathomable. When jumping out of an airplane, the skydiver falls in an accelerated movement because the weight of his body is greater, compared to the resistance offered by the air.

Danger in art is the same as danger outside of art. If this danger has anything to do with any nobility, there are many people whose path of danger has led them to seclusion, but who, after all, are heroines. Perhaps it was compassion that led many people down the wrong paths of unlucky gambling. We talk about alternative arts and a certain radicalism that leads us to be curious about the wrong, to get to the right, when those same right paths are cluttered with evil and hypocrisy. We don't know what alternative art is; we don't know the dangers that come from leaving the ways of creation dictated by the conventional; however, there is nothing more beautiful than a life dedicated to beauty. Lorena Izquierdo explores, in her pieces, different concepts through the body, voice, poetic language, sound, space, and time; mixes different media and interacts with everyday objects; and calls this way of doing “Poetry of Action”. Lorena has a broad academic background — she holds a BA in Philosophy and Art History, a degree in Butoh Dance. She also holds a master's degree in Philosophy of Art from the University of Barcelona and a master's degree from the Polytechnic University of Valencia in Specialized Artistic Practices in Art and Performance.

Terminal velocity is the maximum velocity of an object in free fall. In her performances, the use of voice is recurrent; she is interested in the peculiar and the genuine, in what emerges from collective improvisation, from intuition and the search for limits, the impossible, as well as composition and reflection. Her performances, as music, are immersed in what is paradoxical; in them, she resorts to exaggeration and interacts with formal limits; and also employs the concepts of 'containment' and 'invisible'. Her search for sound is based on a sculptural, plastic and gestural point of view, which is defined both by vocal materiality and by the unique and unrepeatable experience of the performance. In addition, as a performance and experimental artist, Lorena Izquierdo is known worldwide for being one of the most important seers the world has ever known — she has visions of the future in very special circumstances. These visions happen in free fall, in skydiving sessions. Jumping constitutes the artistic basis of premonitions and shows the truth about the future. The process is always the same during the fall, a moment when ideas are clarified, when a stable position is adopted, when they complete 360º over the axis (which is the body itself) and the control of the parachute triggers intuition. Lorena Izquierdo is sought after by people with tremendous global responsibilities. She foresaw wars, foresaw many natural disasters, and warned of conflicts before they took place. Izquierdo believes she has the ability to predict the future, and her numerous predictions about world events are well known. Many of them were frightening, and some would come true. Her millions of followers believe that she has paranormal abilities, including telepathy, and that she is able to communicate with aliens. Since her first predictions, experts have calculated that 68% of the prophecies came true — a little less than the 85% claimed by her followers. Lorena predicted the rebirth of the world in 3797, following a crisis, and that everything on Earth will flourish; however, humans, by then already very advanced, will be in orbit and far enough away to move to other galaxies, unaware that their nest will be intact and thriving. Parachuting premonitions is an activity that involves a very high degree of physical risk, as it requires the presence of practitioners in contexts where altitude, environmental conditions and speed stand out. For this performer, and for everyone, it is necessary to leave their comfort zones, to experience situations apart from their routines, to learn and grow. In this context, one of the benefits of the parachute jump is to bring people into contact with their own forces. The landscape experienced at high speed, during the free fall, and the contact with the unique forms of nature leave in each one a sensation of vitality and belonging. What's more, this activity is carried out outdoors and in strong wind conditions. Faced with dangerous or high-risk situations (controlled by extreme safety measures), the body starts releasing adrenaline. The term refers to the hormone responsible for states of alertness and readiness so that each one reacts to any type of threat. The side effects of activating this hormone could not be better or more effective. Blood vessels constrict, the airways dilate, and the heart rate accelerates. All this enhances the immediate response to each situation. In the brain, the effect of adrenaline makes the senses even more powerful. In this way, the body is placed in a state of total attention to the stimulus caused by the parachute jump. It's like there's a new body in action, with a new type of memory of limitations and new ways of facing different types of situations.

At Estufa Fria, in Lisbon, and within the scope of the Galeria Ana Lama project, the performance to be presented is entitled A Árvore Além de Correr and will explore ways of articulating a paradox, both sonic and visually. In the performance, Lorena Izquierdo will interact with director Gabriel Marmelo, who will record the action with multi-cameras and surveillance cameras, in addition to producing a video in real time. According to Lorena, A Árvore Além de Correr (The Tree beyond running) deals with “the creation of an extended experience of space: trees, plants, birds — how do they become the experience of action? Can we go beyond the boundaries between objects, body, sound, and their intervals? The play explores the possibility of placing the audience and the performance in an unusual relationship. This context of being present, in the here and now, is used to create a dissident positions in perception and thus make room for the emergence of new and stimulating places in the imagination”.

Ana Lama, Corsica 09/15/2022

O projecto é apoiado pela República Portuguesa - Cultura DGARTES, tem o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e do Polo Cultural das Gaivotas; da Estufa Fria de Lisboa; da Junta de Freguesia de Alvalade; da Junta de Freguesia de Arroios; da FBAUL e do Largo Quartel Cabeço de Bola.

Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
Download App iOS
Viral Agenda App
Download App Android