A obra de Rosanna Helena Bach (1990, Suíça) poderia ser caracterizada numa primeira aproximação pelas suas propriedades delicadas, tanto físicas como etéreas, à gravidade latente que as envolve e transporta numa fluidez de sentidos, conceções ou possibilidades. Ora por via de uma cuidadosa seleção de materiais, objetos e consequente processo de apropriação, ora pelo recurso a técnicas ancestrais, como é o caso do vidro soprado à mão.
Esta obra reforça não só o interesse da artista pelas qualidades diáfanas e liminais do vidro – com a apresentação de três esculturas pelo espaço – como introduz uma dimensão performativa e sonora a este corpo artístico – por via de uma ativação inaugural das obras em resposta às suas particularidades acústicas por um conjunto de vocalistas a operar neste campo de influência mútua.
As esculturas sonoras tomam como base a linguagem matemática e simbólica de Benjamin W. Betts, teorizada para representar diferentes níveis de consciência humana. O trabalho da artista aborda a associação matemática entre consciência, número e frequência, as formas resultantes de flores, plantas e cristais e a tradução destas formas em som.
É nesta unicidade primordial, que a artista reforça a sua relação com tópicos ligados à natureza, ao animismo, à fenomenologia ou linguagem, ecoando a pujança botânica invocada nesta obra. A peça sonora, composta por Nuno da Rocha, será gravada e instalada no espaço num loop contínuo.
No dia 20 de março, às 14h e às 16h, realizam-se performances.
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
