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Orquestra do Norte • Coro de Câmara de Amarante

Orquestra do Norte • Coro de Câmara de Amarante

Na Páscoa de 2022, a Orquestra do Norte procurará evocar a caminhada quaresmal através da execução da obra Requiem, Op. 23 “À Memória de Camões” de João Domingos Bomtempo.
Esta obra, peça chave do classicismo português, celebrou recentemente o 200º Aniversário da sua estreia, cuja edição em Paris data de 1820.João Domingos Bomtempo, que se destacou como compositor e primeiro Diretor do Conservatório Nacional, escreveu muita música instrumental e coral. Esta obra que propomos é um marco importante da história da música portuguesa do século XIX, sendo provavelmente a de maior dimensão entre a escrita das obras homónimas de W. A. Mozart e H. Berlioz.

PROGRAMA

Requiem em dó menor, Op. 23 – João Domingos Bomtempo
“À Memória de Camões”

INTROITUS
KYRIE
DIES IRAE
Tuba mirum
Judex Ergo
Quid sum miser
Juste judex
Ingemisco
Confutatis
Lacrymosa
Dona eis requiem
OFFERTORIUM
Sed signifer
Hostias
Quam olim
SANCTUS
Hosanna
BENEDICTUS
Hosanna
AGNUS DEI
Cum sanctis tuis
Requiem aeternam

Alexandra Moura

Licenciou-se em Canto pela Escola Superior de Música do Porto, na classe do Professor José de Oliveira Lopes. Continuou a sua formação no Estúdio de Ópera da Casa da Música do Porto, onde recebeu orientação de Peter Harrison, Jill Feldman, Jeff Cohen, entre outros.
Recebeu o prémio de Melhor Interpretação de Música do Século XX no Concurso Internacional de Canto Tomaz Alcaide – 2000 e uma Menção Honrosa no Concurso Nacional de Canto Luisa Todi em 2005.
A sua actividade concertista tem-se demonstrado variada interpretando obras como Haddock’s Eyes de David del Tredici; Cinque Frammenti di Saffo, entre outras peças, de L. Dallapicola; Midsummer Night’s Dream de F. Mendelssohn; Stabat Mater de Haydn e Pergolesi; Te Deum de Francisco António de Almeida ; 4 Canzoni Popolari e o King de L. Berio; O Berio de Pascal Dusapin; Vier Capricios de G. Kurtág; Pulcinella de Stravinsky; Maeterlinck Lieder de Zemlinsky; Shadow Circles de Vasco Mendonça; Aventures de Ligetti e Passion; Resurrection de Jonathan Harvey and da Natural Viagem Invenção de Jorge Peixinho.
Foi dirigida por maestros como: Martin André; Cesário Costa; Brad Cohen; Peter Bergamin; Yoichi Sugiama; Pierre-André Valade; Aldo Brizzi; Richard Gwilt; Nicola Giusti; Douglas Boyd; Emilio Pomárico; Paul Daniel; Christoph König; Baldur Brönnimann; Sofi Jeannin; Laurence Cummings; entre outros.
Em ópera foi Vixen ( Cunning Little Vixen – Janácek ); Pamina/1ª Dama ( Flauta Mágica – W. A. Mozart ); Hänsel ( Hänsel und Gretel - E. Humperdinck ); Flora ( The Turn of the Screw - B. Britten ); Mathurine ( L’Ivrogne Corrigé – Gluck ); Rowan/ Juliet ( The Little Sweep – B.Britten ); Criside ( Satyricon – B. Maderna ); Bettina ( L’Amore Industrioso – J. Sousa Carvalho ); Josabet ( Joaz – B. Marcello ); German Mascot and English Fan (Playing Away – B. Manson); Strawberry Seller ( Death in Venice – B. Britten); Rosa (Rapaz de Bronze – Nuno Corte-Real) ; Giannetta (L’Elixir d’Amore- G. Donizetti) e Mylia (Jerusalém – Vasco Mendonça).
Colabora regularmente com diversos agrupamentos vocais e instrumentais, incluindo o Coro Casa da Música. Masterclasses em técnica vocal e interpretação
David Wilson-Johnson, Jill Feldman, Eugene Asti, Jeff Cohen, Lorna Marshall, Graziela Calvani, Yvonne Minton, Stefan Hasselhof, Ingrid Kremling, Patricia MacMahon, Susan Waters.

Margarida Reis

Margarida Reis, licenciou-se em Canto na Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo do Porto, na classe da Professora Fernanda Correia.
Como solista, destacam-se as suas interpretações em obras como *Requiem *de Mozart, *Stabat Mater* de Pergolesi, *Gloria* de Vivaldi, *Requiem op. 23* de Bomtempo, *9ª Sinfonia* de Beethoven, *Te Deum* de Bruckner, *Stabat Mater* de Rossini e *Requiem* de Verdi. Em Ópera, interpretou Dorabella de *Così Fan Tutte* de Mozart, *Suor Angelica* de Puccini, Meg Paige de *Falstaff *de Verdi, Miss Baggott de *The Little Sweep* de Britten*,* Marcellina de *Le Nozze di Fígaro *de Mozart, Mãe em *Der Jasager *de Kurt Weill, La Mére d’ Iseut de *Le Vin Herbé *de Franck Martin e Flora de *La Traviata*.de Verdi.
Cantou *El Amor Brujo* de Falla, *Rapsódia para Contralto* de Brahms e *Serenade to Music* de Ralph Vaughan Williams. Estreou e gravou *Alma – Cantata profana* de Luís Cardoso e *O Rapaz de Bronze* de Nuno Côrte Real.
Como divulgadora de Música Portuguesa, participou em inúmeros concertos e recitais em Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Bélgica e Brasil.
Trabalha regularmente com o pianista Jaime Mota, com quem gravou três CD´s dedicados à música portuguesa - “Perspectiva da obra para canto e piano de compositores do Porto do séc.XX” – apoiado pela Porto 2001 e pelo Ministério da Cultura, “Um breve olhar musical sobre a poesia de Florbela Espanca” e “Canções Populares Portuguesas” de Fernando Lopes Graça - encomendas da Câmara Municipal de Matosinhos.
Atualmente leciona no Conservatório de Música do Porto.

Paulo Ferreira

Considerado pela crítica nacional como “o único tenor português de carácter spinto nos últimos cem anos” (in jornal Expresso by Jorge Calado, Novembro 2018) o Tenor português de carreira Internacional, aclamado pela crítica nacional e internacional fez sua estreia em 2011 ao lado da grande e prestigiada cantora Anna Netrebko, na grande sala da Kölner Philharmonie na Alemanha.
Posteriormente apresentou-se como protagonista em variadíssimas produções de Ópera e Concerto em tantos prestigiados palcos de Teatros de Ópera e Salas de Concerto por todo o mundo, em países tais como Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Holanda, Bélgica, Suécia, Noruega, Alemanha, Áustria, Itália, Eslováquia, República Checa, Hungria, E.U.A, etc.
Completando a sua carreira com uma igual e extensa actividade em repertório de Oratória & Concerto, aqui o Tenor destaca-se com as interpretações de obras tais como, “Requiem” de Andrew Lloyd-Webber, “IX Sinfonia” e “Christus am Ölberg” Op.85″ de Beethoven; “Petite Messe Solennelle” de Rossini, “Die Erste Walpurgisnacht, Op.60” de Mendelssohn e no “Requiem” de Mozart e “Messa da Requiem” de Verdi, este último na mítica sala da Filarmónica de Berlim onde se notabiliza por ter sido o Primeiro Cantor Português a cantar naquele tão consagrado palco.
Gravou em DVD para a etiqueta Cappriccio (em comercialização) o papel de G. Hagenbach na ópera “La Wally” de A. Catalani, numa récita ao vivo no Tiroler Landestheater, Innsbruck /Austria; para a etiqueta Naxos (DVD em edição) o papel de Enzo na ópera “La Gioconda” de A. Ponchielli, igualmente numa récita ao vivo na Ópera de Malmö (Suécia); e CD para a Deutsche Grammophon (em edição) no papel de Faust na ópera “Faust” de Gounod em Zagreb (Croácia).
A distinguir alguns pontos altos na sua vasta carreira, Paulo Ferreira cantou para S.A.R. os Reis da Holanda, integrado no Festival “Veerhaven Concert” em Roterdão, acompanhado pela “Het Nerderlands Philharmonisch Orkest” dirigida pelo Maestro Maxim Emelyanychev, concerto gravado para o Canal “Classica” e transmitido para todo o mundo; para S.S. o Papa Francisco em Roma (Basílica de San Giovanni in Luterano), integrado no “Festival Internazionale di Musica e Arte Sacra” acompanhado pela "Orchestre Philharmonie des Nations" dirigida pelo Maestro Justus Frantz, com a participação do Coro da “Wiener Singverein” de Viena; e para H.R.M. o Príncipe Carlos de Inglaterra no “Christmas Carol Concert” na Catedral de Winchester (Reino Unido) acompanhado pelo “Choral Foundation of Winchester Cathedral”.
Paulo Ferreira notabilizou-se pela crítica especializada internacional em “DER OPERNWELT”, como o grande tenor português detentor de “uma excepcional técnica de canto e uma voz poderosa e metálica, que recorda Caruso (…) e que combina na perfeição com o que se pode esperar de um Tenor de ópera italiana, com especialização no repertório tardio-romântico.
É natural de Santa Maria da Feira onde estudou Piano, Violoncelo e Canto na Academia de Música de Santa Maria, tendo prosseguido os estudos de Canto na ESMAE na classe do Prof. José de Oliveira Lopes.
Mais tarde prosseguiu os seus estudos de aperfeiçoamento com Professora Palmira Troufa (Porto) com quem começou a estudar como Tenor. Trabalhou repertório italiano, francês e alemão no Porto e na Suíça com o Maestro Marc Tardue; repertório italiano em Itália com pianista Enza Ferrari (preparadora vocal e pianista do Teatro Alla Scala de Milão); e repertório francês com Janine Reiss (directora do departamento vocal da Ópera de Paris e colaboradora de Maria Callas) em Paris.
Paulo Ferreira aperfeiçoou a sua voz cantada com grandes Mestres da Arte Lírica Mundial, tais como Ileana Cotrubas (Lisboa e Sul de França), Renata Scotto (Roma) Carlos Chausson (Barcelona) e Franco Sioli (Milão).
Paulo Ferreira é Licenciado em Canto pela Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Porto, na classe do Professor José de Oliveira Lopes”

Job Tomé

Natural de Matosinhos, estudou no Conservatório de Música do Porto foi licenciado e mestrado em Canto pela Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Porto (ESMAE), sob a orientação do professor Rui Taveira. Fez parte do Estúdio de Ópera da Casa da Música onde começou a trabalhar com o professor Peter Harrison. Foi premiado nos concursos da Fundação Rotária Portuguesa, pela (ESMAE) obteve o prémio Helena Sá e Costa e pelo concurso de canto Luísa Todi. Em França integrou o Centre National d’Artistes Lyriques de Marselha (CNIPAL) e a Academia do Festival internacional de Ópera de AIX-en-Provence. É membro fundador e preside desde o seu início a companhia de ópera all'opera. É professor de Canto na Jobra e Instituto Politécnico de Bragança.

Coro de Câmara de Amarante
O Coro de Câmara de Amarante é um projeto coral, fundado em outubro de 2014 pelo seu atual maestro, Luciano Soares. Atualmente, o Coro de Câmara de Amarante é formado por 25 elementos, a maioria com formação musical, oriundos de vários pontos do concelho de Amarante, tendo também elementos de outros concelhos, nomeadamente, do Marco de Canaveses, Penafiel e Vila Real.
Foi fundado com o objetivo de implementarem Amarante um projeto de reconhecido valor artístico, inteiramente ligado à música vocal e coral. Desde a sua fundação que tem vindo a crescer artisticamente, apresentando-se, com regularidade, em vários eventos a nível nacional. Dedica-se à interpretação de obras históricas, sacras e profanas, com e sem acompanhamento instrumental, que vão desde o renascimento até à atualidade, focando-se na música coral do séc. XXI. Destaca-se a participação do Coro de Câmara de Amarante em festivais e competições internacionais de música coral onde, em 2019, alcançou um 3º lugar, na categoria de música sacra.
Mais recentemente, a partir do Coro de Câmara de Amarante, surgem os Pequenos Cantores de Amarante e os Jovens Cantores de Amarante, dois projetos artísticos e educativos, voltados para crianças e jovens dos 3 aos 17 anos de idade.
Localmente, tem vindo a colaborar com outras entidades artísticas, como a Orquestra do Norte e a Banda Musical de Amarante.

Fernando Marinho

Natural de Amarante, é diplomado com os cursos de flauta do Conservatório de Música do Porto, Escola Superior de Música de Lisboa e Academia Nacional Superior de Orquestra.
Licenciado em Ensino Básico, estudou pedagogia musical na Paedak e flauta no BrucknerKonservatorium Linz (Áustria), enquanto bolseiro Erasmus.
Como flautista tocou com a Orquestra Gulbenkian, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra do Algarve, Orquestra do Norte, Remix Ensemble, Orchestre d'Harmonie de Jeunes de l'UnionEuropéenne, entre outras. Trabalhou com reputados maestros, entre os quais Esa-PekkaSalonen, Lawrence Foster, Simone Young, Paavo Jarvi, François Xavier Roth, Michael Zilm e Peter Rundel.
Apresentou-se a solo com orquestra e foi laureado em concursos a nível nacional e internacional. Atuou em Espanha, França, Alemanha, Luxemburgo, Áustria, Inglaterra, Holanda e China.
Estudou Direção com Jan Cober na Hogeschool Zuid–Conservatorium Maastricht (Holanda) e com Jean-Marc Burfin na Escola Superior de Música de Lisboa onde concluiu o Mestrado em Direção de Orquestra.
Frequentou masterclasses com Jean-Sebastien Béreau, Douglas Bostock, Roberto Montenegro, José Rafael Pascual Vilaplana, Baldur Bronniman, Timothy Reynish, Peter Rundel, Eugene M.Corporon e Ernst Schelle.
É maestro das Orquestras do Conservatório de Música do Porto e foi maestro da Orquestra Sinfónica do Conservatório Nacional.
Dirigiu a Orquestra do Norte, Orquestra Filarmonia das Beiras, Orquestra Clássica do Sul, Orquestra de Câmara de Sintra, Orquestra de Câmara da Guarda Nacional Republicana, Orquestra Clássica da Madeira, Portuguese Brass, Banda Sinfónica Portuguesa, Remix Ensemble (Summer Academy), Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, Banda Municipal de A Coruña, Banda Municipal de Pontevedra, Artística de Merza e Orquestra de Câmara Ibérica (Espanha) e Muzikkorps der Bundeswehr (Alemanha).
Desde outubro de 2018 é Diretor Artístico da Orquestra do Norte.

Orquestra do Norte

A Orquestra do Norte, tutelada pela Associação Norte Cultural, desenvolve desde 1992 o seu projeto musical, tendo sido a primeira orquestra regional criada através de um concurso nacional promovido pelo governo português.
A ON foi pioneira no exercício de um projeto de descentralização cultural tendo ganho afirmação no meio musical e reconhecimento artístico a nível nacional e internacional.
Os seus objetivos primordiais passam pela criação de novos públicos através da oferta de programas musicais variados, adaptados à execução nos mais diversificados locais, desde importantes teatros e salas de concerto a espaços ao ar livre, salas de associações, escolas, igrejas, entre outros, conseguindo assim chegar a toda a população.
Ligação ao território; acesso à criação e à fruição da música erudita; dimensão intersectorial do trabalho orquestral; valorização da música e dos músicos; solidariedade, identidade e cidadania são as cinco linhas de orientação estratégica definidas na sua carta de missão.
A Orquestra do Norte conta com o apoio do Ministério da Cultura, tendo-lhe sido atribuído o Estatuto de Orquestra Regional.
Desde outubro de 2018, a Orquestra do Norte tem a Direção Artística do Maestro Fernando Marinho.

ELENCO ON
Fernando Marinho – Diretor artístico

I VIOLINOS
Clara Badia campos
Diogo Coelho
Mark Herendi
Mario Braña
Natalia Konik
Catarina Ferreira

II VIOLINOS
Ana Tedim
Marta da Costa
Malgorzata Szymanska
Catarina Rodrigues

VIOLAS
Helena Leão
Teresa Fleming
Pedro Pires

VIOLONCELOS
Rita Fernandes
Isabel Cupeiro López
Rozaliya Rashkova

CONTRABAIXOS
Juan Guevara
Artur Senhor

FLAUTAS
Kayoko Minamino
Paula Soares

OBOÉS
Russell Tyler
Luís Matos

CLARINETES
Cátia Rocha
Isabel Ferreira

FAGOTES
Joaquim Teixeira
Adam Odoj

TROMPAS
Mário Reis
Roberto Sousa
Rebecca Holsinger

Trompetes
Carlos Ribeiro
Flávio Silva

TROMBONE
José Pereira
Jorge Freitas

TÍMPANOS E PERCUSSÃO
Vítor Brandão

Notas ao programa
João Domingos Bomtempo (1775-1842) assume um lugar cimeiro no leque de compositores e pianistas de final do séc. XVIII e primeira metade XIX. De carácter forte, afirmou convictamente as suas posições políticas liberais e fortemente patrióticas, o que lhe valeria alguns dissabores. Procurou sempre os ambientes mais cosmopolitas, como revela a sua estadia em Paris a partir de 1801. O seu exílio, assim como de outros liberais, permite-lhe contactar, em Londres, com algumas das principais figuras do meio musical como M. Clementi, J. Field ou Kreutzer, entre outras. As suas obras tiveram grande aceitação por parte do público e da crítica, tendo sido publicado pelas principais casas editoras de Paris e Londres. A sua notoriedade no meio artístico da capital inglesa fá-lo figurar entre os ilustres fundadores da Philharmonic Society of London, criada a 6 de fevereiro de 1813. Em Portugal, Bomtempo terá um papel fundamental na divulgação do repertório instrumental num período marcado pelo gosto operático italiano, através da promoção de concertos no âmbito da Sociedade Filarmónica por ele criada. Durante as lutas liberais, e sobretudo depois da abrilada, e de 1828, os concertos cessam. Será a vitória liberal de 1834 que trará a Bomtempo o devido cargo, com a nomeação para diretor do Conservatório de Música.
Ao seu perfil de defensor do liberalismo junta-se aquele do compositor imbuído no espírito do romantismo, próximo de outros nomes da cultura e das artes que se encontravam também em Paris. O interesse pela História de Portugal, pelos momentos áureos e seus heróis, marca parte da intelectualidade romântica. É neste espírito que, em 1817, o 5.º Morgado de Mateus, também em Paris, dá à estampa a luxuosa edição de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, com ilustrações de alguns dos mais relevantes artistas franceses. No ano seguinte, Bomtempo regressa a Paris e estreia naquela cidade o Requiem “À memória de Camões”, editada logo de seguida. Um olhar cuidado para esta obra é revelador dos temas convocados à música, ou seja, não se trata apenas de uma “missa de defuntos”, mas de todo um programa ideológico de pendor nacionalista e liberal, num período politicamente conturbado. Ao nível musical, Bomtempo recorre a uma extensa palete de recursos estilísticos que incluem referentes mais conservadores da música sacra, ainda que, como sucede noutras obras, momentos de grande originalidade que nos surpreendem.
A obra encontra-se dividida 7 andamentos. O Introitus apresenta-se num tom grave que nos introduz à solenidade do momento, com a entrada sucessiva do coro em contraponto, que contrasta com o maior vigor do Kyrie, destacando-se a alternância de solistas e coro. A Sequentia assume-se como mais dramática, associada ao juízo final (Dies Irae), explorando depois o carácter das diferentes secções. O Offertorium inicia-se de forma mais suave, embora atinja alguns momentos de tensão e outros de âmbito mais expressivo. O Sanctus mostra-se na sua dimensão de exaltação e louvor, contrastando com a expressividade lírica do Benedictus. A obra termina com o Agnus Dei/Communio, que se inicia de forma mais austera, destacando depois algumas secções do texto que são tratadas de forma mais expressiva. O final (Requiem Aeternam) retoma material musical utilizado no Introitus, com o mesmo ambiente sonoro.

Fonte: https://em.guimaraes.pt/agenda/geo_evento/orquestra-do-norte-coro-de-camara-de-amarante
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