ACALANTO PARA CAYMMI, 100 ANOS de 2 de maio a 16 de maio, na COISA "Cada trova que eu faço É uma recordação Cada verso um pedaço Deste meu coração" (Cantiga - Dorival Caymmi) "Lauro Monteiro e Dorival Caymmi se encontram no mar, mar de belezas, cores, perfumes; situado entre silhuetas de baianas e pescadores, mestiços casarios e igrejas que fundem a herança portuguesa ao sabor brasileiro, entre a rua do fogo, as verdes montanhas e a areia da praia, Lauro Monteiro mescla os encantos dessas duas linguagens, ambas repletas de ritmos e voluptuosidade. Em seu acalanto para Caymmi, Lauro Monteiro fixa em suas telas o coessencial. No embate dos tons, refulgem as formas carnudas, sinuosas e sensuais de cajus, lagostas e negras cozinheiras falando dos santos, filhas do senhor do Bonfim. Nessa Baía fundeiam os cheiros, os sabores e os amores da sereia/baiana coberta de contas, pisando nas pontas com seu tabuleiro de doces e acarajés, assim como a sensualidade dos corpos junto às receitas picantes, o tom esmeralda exuberante das bananeiras, dos coqueiros, das redes de pescar e de amar. Por entre Terezas e Doralices, levando oferendas de acaçás e jarros de flores para Oyá, pescados, pescadores sonham em naufragar nos verdes olhos de Rosa. Um universo de tons queimados de sol, umedecidos pela maresia e temperados no contato das culturas que compõem um Brasil de recordações, de Dorival Caymmi." (Prof. Dra. Flávia Marquetti- Pesquisadora na área de Letras e Artes GPAH– UNICAMP e LINCEU/UNESP – FCLAR) Curadoria: André Duarte Baptista, Apresentação: Flavia Marquett