CES Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra
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SEminar Room (2nd Floor), CES | Sofia (Portuguese version below) Keyword #4 | Humanitarianism Martina Tazzioli (Goldsmiths, University of London) Discussants: Cristina Santinho (CRIA-ISCTE), Sílvia Roque (CES) | Moderator: Joana Sousa Ribeiro (CES) Abstract Constellation of technologies and asylum's obstructions | Refugees as forced techno-users, beyond victimisation and securitisation by Martina Tazzioli This presentation focuses on the constellation of technologies that migrants need to navigate in Greece, and it shows how technologies are incorporated in refugee humanitarianism in a way that multiply the obstructions in accessing the asylum system and the financial support they are entitled to. Such an insight into techno-humanitarianism leads us to complicate analyses that focus on the securitisation and victimisation of refugees, investigating how asylum seekers are governed as forced techno-users. Asylum seekers are not only crafted as risky subjects and subjects at risk; nor are they simply shaped as entrepreneurs of themselves. Rather, logics of securitisation and victimisation are intertwined with the production of hindered subjects, who are legally and physically obstructed in navigating the asylum regime. The talk deals with the Cash Assistance Programme, which is the first EU-funded project in Europe of financial support to the asylum seekers, and it explores how through the prepaid cards asylum seekers are expected to behave as responsible techno-users and, at the same time, to comply with a series of disciplinary and spatial restrictions. The presentation goes on with an analysis of the peculiar financialisation of refugee humanitarianism within a broad constellation of technologies that are mandatory in Greece (e.g. Skype, Viber) to access the asylum or to use the cards. In the third part, I analyse the governing of refugees through epistemic disorienting, illustrating how that is at the core of techno-humanitarianism: asylum seekers as forced-techno users need to confront with a panoply of technological and bureaucratic steps that are frantically changed over time. The talk concludes with some considerations about how to rethink critique of refugee govermentality in light of the constellation of obstructing technologies that more than monitoring and tracking refugees, disempower them in claiming rights and organising collective struggles. (PT) Resumo Constelação de tecnologias e obstruções ao asilo: refugiados/as como usuários/as tecnológicos forçados/as, para além da vitimização e securitização por Martina Tazzioli Esta apresentação concentra-se na constelação de tecnologias que os/as migrantes precisam para se movimentarem na Grécia e demostra como essas tecnologias são incorporadas no humanitarismo dos refugiados/as de forma a multiplicar as obstruções ao acesso ao sistema de asilo e aos apoios financeiros a que têm direito. Essa perceção do tecno-humanitarismo complexifica as análises que se concentram na securitização e vitimização de refugiados/as, investigando como os/as requerentes de asilo são governados como tecno-usuários forçados. Os/as requerentes de asilo não são criados apenas como sujeitos de risco e sujeitos em risco; nem são simplesmente modelados como empreendedores de si mesmos. Em vez disso, lógicas de securitização e vitimização estão entrelaçadas com a produção de sujeitos, que são legal e fisicamente obstruídos na sua navegação pelo regime de asilo. Esta comunicação reporta-se ao Programa de Assistência em Dinheiro, que é o primeiro projeto europeu, financiado pela União Europeia, de apoio financeiro aos requerentes de asilo, e explora como, através dos cartões pré-pagos, os/as requerentes de asilo devem comportar-se como tecno-usuários responsáveis e, ao mesmo tempo, cumprir uma série de restrições disciplinares e espaciais. Prossegue-se com uma análise da peculiar financeirização do humanitarismo para com o/a refugiado/a, sob uma ampla constelação de tecnologias obrigatórias na Grécia (por exemplo, Skype, Viber) para se poder aceder ao asilo ou usar os cartões de crédito. Na terceira parte, analisa-se a administração dos/as refugiados/as por via da desorientação epistémica, evidenciando como isso está no cerne do tecno-humanitarismo: os/as requerentes de asilo como tecno-usuários forçados/as que precisam de enfrentar uma panóplia de etapas tecnológicas e burocráticas que são freneticamente alteradas ao longo do tempo. A apresentação termina com algumas considerações sobre como repensar a crítica à “gestão” dos/as refugiados/as à luz da constelação de tecnologias obstrutivas que mais do que monitorizarem e rastrearem refugiados/as, os/as destituem na reivindicação de direitos e na organização de lutas coletivas.
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