15:00 até às 19:00
Maat | 'Eu sou esparsa' Ciclo Buala

Maat | "Eu sou esparsa" Ciclo Buala

Ciclo BUALA no maat

Conversas & Screenings 
Datas: 19, 20, 26 e 27/09/2020
Curadoria: Marta Lança

A maturidade democrática de um país não é inabalável, tal como não são as liberdades tantas vezes sob ameaça. A partir dos seus significados e práticas na nossa vivência atual, artística e social, irradiando para outros contextos, o propósito deste ciclo é pensar a liberdade de novo e experimentá-la outra vez. Atravessa-nos uma crise sanitária e social, que acentuou a precariedade e a discriminação de certos grupos. A crise ambiental agiganta-se e hierarquiza mais a humanidade. Cientes de que o bem-estar social está longe de acontecer, a liberdade está debaixo da nossa língua. Porém, a liberdade pode ser algo muito diferente em função do espaço, meio e momento de que falamos.

Numa sociedade ainda marcada por profundas desigualdades de género, e entendendo a emancipação e a liberdade como processos em disputa diária, debatemos conquistas e direitos, expectativas quanto ao corpo, carreira, maternidade, representatividade, circulação e propostas artísticas. Faz disto parte a doença, a violência, a liberdade sexual, o universo doméstico, mundo laboral (e o trabalho invisível), a interiorização de privações e mil vontades a acontecer para romper com o status quo. Pensamos a liberdade a partir do nosso tempo contribuindo para um retrato do país, nas suas estruturas e desigualdades, com a ajuda de percursos de inteligência, coragem, emancipação e luta pela felicidade. 

A propósito das comemorações de dez anos do portal BUALA e da liberdade como uma eterna ambição e ativação, vamos conversar com artistas, pensadoras e agitadoras.

A antropóloga e videasta Catarina Barata, que trabalha sobre violência obstétrica, fala-nos dos fatores sociais, culturais, económicos e políticos ligados ao parto. A socióloga Inês Brasão desenha a condição plural do corpo e do trabalho das mulheres e Sara Goulart reflete sobre o corpo, doença e cura.

Assistimos a projeções de vídeos e filmes, seguidas de debate: Parto Sem Dor de Maria Mire, a partir da história da médica e feminista Cesina Bermudes, o retrato de um país num mosaico de diversas mulheres no filme Mulheres do Meu País de Raquel Freire, que será comentado pela professora e economista Susana Peralta, o percurso da geógrafa Suzanne Daveau e do seu arquivo de "imagens-viagens" que Luisa Homem desvela, e ainda os testemunhos de combatentes pela independência da Guiné, trazidos por Rui Vilela.

Ana Gandum e Daniela Rodrigues debruçam-se sobre os souvenirs de migrantes portugueses entre Portugal e Brasil. Gisela Casimiro ironiza a história de arte ocidental contrapropondo o seu Museu Pessoal, em debate com Patrícia Azevedo da Silva. A investigadora Filipa Lowndes Vicente fala-nos do seu livro A arte sem história, mulheres e cultura artística. Fernanda Eugénio dá a conhecer a sua metodologia para a investigação experiencial da relação e da reciprocidade. Andreia Cunha satiriza os efeitos sociais da expressão do ridículo num ensaio visual. A fechar o ciclo, Marta Mestre reflete sobre a curadoria de uma exposição sobre linguagem, fracassos e ficção.

“eu sou esparsa, e a liquidez maciça” é um excerto do poema “Mulher ao Mar” de Margarida Vale de Gato — Mulher ao Mar, Mariposa Azual, Lisboa, 2010. Neste mesmo ano neste ano foi criado o BUALA, um portal online sobre pensamento e cultura descolonial e feminista.
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
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