Palma da Mão Descrevendo Pormenores Em um quotidiano repleto de pressa e afazeres que nos mantem ocupados em tempo integral, acabamos por ficar mergulhados em um mundo próprio, esquecendo muitas vezes de prestar atenção em pormenores que estão a nossa volta. Na atual situação que estamos, podemos usar o isolamento social que nos obrigou a ficar ainda mais dentro do nosso próprio mundo, agora nossa casa, para ativar a percepção da apreciação e voltar a caminhar pelas ruas com outro olhar. O que escolhemos enxergar esta ligado diretamente a vivência individual de cada um. O que é visível para mim, pode ser invisível para o outro e, com isso, o objetivo da oficina Palma da Mão é mostrar o meu visível e, torna-lo este, visível ao outro também. A proposta da oficina será se utilizar de algum deslocamento que você faça a pé, para faze-lo com este olhar mais atento ao que não costuma reparar. A intenção é manipular sua atenção aos detalhes. Ao fazer este percurso, agora mais atento, deverá escolher algum objeto que de alguma maneira chame sua atenção e registra-lo. Lembre-se que são objetos que podem facilmente caber na palma da sua mão. Após registrar, você irá descrever esta sua visibilidade, sem mostra-la efetivamente. Deverá descrever o cheiro, tamanho, textura, ou o que achar necessário para que de alguma maneira possa trazer à tona a visibilidade do seu objeto aos outros participantes. Essa descrição deve ser feita por escrita ou por vídeo. Também pergunto, por qual motivo acredita que este objeto lhe chamou a atenção? Porque fez a recolha (fotografou/filmou) este objeto em específico? Quando receber todas as descrições, vou fazer a troca desses vídeos e/ou escritas e depois conversaremos para enfim mostrar os objetos de todos a todos. Essa troca de visibilidades é olhar o espaço urbano através do cenário que esta na palma da mão de outro observador, é uma forma de dividir e demonstrar como nossos olhares, quando estão atentos, são diferenciados ou surpreendentemente semelhantes. Objetivos: O objetivo da oficina Palma da Mão é despertar a atenção para lugares que já circulamos e que passam desapercebidos de nossa atenção. Esses podem possuir curiosos pormenores invisíveis. A intenção de olhar para esses pormenores faz com que eles apareçam, sendo uma forma de manipular a atenção e ativar a percepção de apreciação para o espaço urbano. Iremos assim, imaginar através de uma descrição o cenário que esta na palma da mão de outro observador. Um outro mundo. Metodologia: A oficina pode ser formada por no máximo 20 participantes. Realizaremos uma conversa em uma plataforma online, onde conversaremos sobre visibilidade e invisibilidade e, esclarecemos todas as regras e dúvidas da caminhada. Após, os participantes terão 1 dia para realizar algum percurso a pé prestando atenção em pormenores que não costumam olhar e irão registrar algum objeto que lhe chame atenção. Depois do registro, deverá se fazer uma descrição do mesmo através de escrita ou vídeo. Nesta descrição não se deve mostrar ou falar qual é o objeto em questão. Esta descrição, juntamente com a resposta da pergunta sobre qual acredita ser o motivo que este objeto lhe chamou atenção e o registro do objeto, deverá ser enviado para mim por email no final deste dia. Ao fim deste dia farei a troca somente das descrições com todos os participantes e, no dia seguinte teremos uma nova conversa online. Nesta cada participante irá contar sobre o motivo da escolha do objeto e mostra-lo efetivamente a todos. A oficina ocorrerá então em três dias. Um dia de conversa, um dia de recolha e envio do material, feita por cada individualmente, e um último dia de revelação entre todos. Participação gratuita, inscrição via e-mail walk.lab2pt@gmail.com Biografia: Ana Willerding é arquiteta brasileira e esta a frequentar o mestrado Arte e Design para o Espaço Público da Faculdade de Belas Artes do Porto. Para além de sua formação, Willerding é uma entusiasta das artes e tem um percurso pela moda, fotografia e a ilustração. Em Portugal já realizou uma exposição coletiva em Vila Nova de Gaia. A peça Silêncio esteve em exposição dentro do projeto Empenas Cegas–Primeira Avenida Duplo Sentido. Participou em conjunto com outros colegas do Concurso de Ideias-Memorial de Incêndio de Tondela 2019 e Vácuo garantiu-lhes o segundo lugar. Também realizou duas exposições individuais. Inteiras, são quadros que misturam fotografia, nanquim e porcelana e exploram o campo dos sonhos e, a exposição Poesia Fragmentada+Em Repouso, expõe experiências relacionadas com caminhadas, paradas e recolhas que se transformam. https://studentsdropwork.com/2019/09/14/ana-cristina- willerding-nunes
