Muitos dos nossos doentes, principalmente com condições mais crónicas, apresentam níveis elevados de vergonha e auto-criticismo. A relação consigo-próprios é hostil, principalmente quando falham ou erram. Sabemos também que doentes com níveis elevados de auto-criticismo tendem a obter menos ganhos terapêuticos na terapia cognitivo-comportamental e que esses ganhos dependem da modificação do auto-criticismo. Por outro lado, a auto-compaixão, é uma resposta multidimensional ao sofrimento, uma relação Eu-Eu de suporte, compreensão e não-julgamento que envolve a capacidade de nos confortarmos, tranquilizarmos e motivarmos com encorajamento quando sofremos, falhamos ou nos sentimos inadequados.
Enquanto a vergonha e o auto-criticismo são considerados aspetos transdiagnósticos subjacentes à psicopatologia, a auto-compaixão apresenta sistematicamente associações negativas com a psicopatologia e positivas com o bem-estar, satisfação com a vida, afeto positivo (e.g., felicidade) e resiliência perante acontecimentos de vida negativos. Perante estes factos, uma intervenção baseada na compaixão parece ser uma resposta eficaz.
Objetivos:
– Compreender as dificuldades e os desafios que o cérebro humano apresenta como resultado da nossa história evolutiva; explorar a forma como as motivações inatas e os sistemas emocionais interagem com as competências cognitivas evoluídas, causando complexidade e dificuldades no cérebro humano.
– Compreender e conceptualizar os problemas de saúde mental à luz da abordagem evolucionária: sistemas de regulação do afeto, vergonha, auto-criticismo e psicopatologia
– Conhecer os componentes da (auto)compaixão e como o seu treino facilita e promove o bem-estar e a saúde mental e física. Os medos, os bloqueios e as resistências à auto-compaixão em diversos problemas psicológicos e etapas desenvolvimentais (infância, adolescência, idade adulta);
– Conhecer e aprofundar a aplicação de estratégias e práticas que cultivam e estimulam uma nova organização da mente – mente compassiva, e o seu uso diferenciado em função do quadro clínico.
Mais informações em: https://psikontacto.com/formacao/
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