14:00 até às 18:00
Indução | Mariana Gomes

Indução | Mariana Gomes

A FAILED ENTERTAINMENT #1: MARIANA GOMES, "INDUÇÃO"

A exposição “Indução”, de Mariana Gomes, corresponde ao primeiro momento do programa A Failed Entertainment, um projecto curatorial desenvolvido por Ana Anacleto para o espaço De Porta a Porta da Ermida. O horário de visita à exposição é permanente, de 13 de Junho a 11 de Julho de 2020.

A Failed Entertainment é um projecto curatorial de Ana Anacleto desenvolvido em colaboração com a MEEL Press e centrado na apresentação de múltiplos de gravura. Usando o espaço de uma porta (que é também uma montra), na Travessa do Marta Pinto, o projecto apresenta à vez, uma única obra de um/a artista convidado/a a produzir especificamente para o contexto proposto.
  
O nome do projecto A Failed Entertainmet cita o título provisório que David Foster Wallace atribuiu ao seu romance maior, datado de 1996 (e cujo título oficial é The Infinite Jest). Socorrendo-se da natural desaceleração e demora implicada nos processos tradicionais de produção da gravura e na complexidade da construção dos projectos assente numa articulação cuidada e intensa entre curadora e artista, o projecto A Failed Entertainment procura posicionar-se como que no reverso da actualidade, nessa dobra do real que permite contrariar a tendência de um mundo dominado pelo digital e por uma perseguição obsessiva do entretenimento.
 
Interessa-nos, por isso, a assumpção deceptiva do fracasso, a frustração das expectativas, o momento falhado, a desconstrução das narrativas visuais, a negação da percepção imediatista, permitindo a definição de um território de fruição que se posiciona espacial e temporalmente distante do cánon.

Sob o título Indução, Mariana Gomes convoca um território de formas e referências que fazem habitualmente parte do seu universo criativo, apropriando-se não exactamente de uma imagem pré-existente, mas de uma ideia pré-existente: a possibilidade de criação de portais para acesso a universos paralelos. Com um conjunto de gestos simples e rápidos, assumidos na sua relação directa com a matriz de cobre, Mariana cita, por um lado, os sistemas de tele-transporte ou desmaterialização que encontramos no universo literário e cinematográfico da ficção científica, e por outro os processos de transmissão e transformação energética  próprios de cosmogonias ancestrais. O negro denso, que associamos normalmente à prática da gravura, apresenta-se-nos como um elemento fundamental na leitura da imagem e, no desdobramento das suas várias nuances, confere a todo o conjunto uma presença que extravasa em muito a sua estrita condição de imagem.

Ana Anacleto
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