21:00 até às 21:00
Castro

Castro

Vamos recomeçar, com todos os cuidados. Não temos pressa, temos saudades. E um agradecimento público a fazer. Vamos recomeçar com aqueles que nos querem bem e com aqueles que nos fizeram bem. “Cuidar no bem lança a tristeza fora”, ouvimos dizer em Castro. No início de julho, regressamos ao espetáculo que a pandemia suspendeu. Oferecemos três récitas da nova produção do TNSJ aos nossos Amigos* e a profissionais de Saúde e da Proteção Civil, a nossa linha da frente. De novo juntos! Vamos recomeçar, com alegria e em segurança. “Vive leda, Castro, vive segura, lança os medos fora.”


Com Castro (1598), do poeta António Ferreira, Nuno Cardoso instala-se pela primeira vez no território de um cânone da dramaturgia portuguesa, pioneiro da tragédia clássica em Portugal. E quer habitar esta ficção literária, ela própria oferecendo uma leitura particular do drama histórico/lenda/mito dos amores de Pedro e Inês, para a dar a “ver com outros olhos”, revelando-lhe a modernidade e densidade intrínsecas, veladas pela poesia da linguagem e pela elocução. Um imenso palco-casa-país, espécie de maquete gigante dos espaços da ação, célula familiar primordial e claustrofóbica, coloca-nos face à intimidade concreta de personagens que se revelam cativas de si próprias e da sua irredutibilidade. Em Castro, como em A Morte de Danton, a questão da utopia (do amor, como da revolução) é crucial. É o seu negro avesso o que se expõe: o amor/desejo e o poder como vício e caos, como prerrogativa, impunidade e prepotência, como cegueira que “escurece daquela luz antiga o claro raio”. E como esse escurecimento tolda a decisão e se replica, tingindo de sangue e vingança o tecido familiar, num peculiar deslocamento do centro de Castro de Inês, e da razão de Estado como ficção e moral, para Pedro, na sua relação especular com o pai, Afonso IV. “Que estrela foi aquela tão escura?”

*Subscritores do Cartão Amigo TNSJ.


de
António Ferreira
encenação
Nuno Cardoso

cenografia
F. Ribeiro
figurinos
Luís Buchinho
desenho de luz
José Álvaro Correia
sonoplastia
João Oliveira
vídeo
Fernando Costa
voz
Carlos Meireles
movimento
Elisabete Magalhães
dramaturgia e assistência de encenação
Ricardo Braun

com
Afonso Santos, Joana Carvalho, João Melo, Margarida Carvalho, Maria Leite, Mário Santos, Pedro Frias, Rodrigo Santos

produção
Teatro Nacional São João

estreia 5Mar2020 Teatro Aveirense
dur. aprox. 2:00
M/12 anos


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Reserva prévia através do contacto 223 401 951 (segunda a sexta-feira, entre as 10 e as 13 horas, e entre as 14 e as 18 horas) ou através do endereço eletrónico relacoespublicas@tnsj.pt.
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