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O BARRO E AS GENTES – rumo ao património industrial

Em Porto de Mós, a exploração de ricos estratos argilosos alimentou ofícios e indústrias com duas vertentes: cerâmica para construção e cerâmica doméstica, na qual se inclui a cerâmica de uso corrente e a cerâmica decorativa. Esta diversificada indústria centra-se na parte noroeste do concelho, no eixo de Juncal/Cruz da Légua/Moitalina/S. Jorge.

No domínio da cerâmica doméstica, ao longo do século XX, a atividade das olarias foi de grande intensidade. Cerâmica utilitária de “Barro Vermelho” e cerâmica comum de cântaros, alguidares, panelas e tachos vidrados com fins culinários foram profusamente produzidas ao longo dos tempos contemporâneos. Cerâmica decorativa pintada à mão, com tons de barro vermelho, azuis, brancos, com motivos geométricos, vegetalistas estilizados, marcou presença em tipologias que variam do prato ao pote, da caneca ao jarro, da travessa ao cântaro.

A cerâmica de construção também tem contado com produções decorativas, no domínio da azulejaria. Cabe aqui referir a Real Fábrica do Juncal, fundada em 1770 e que laborou durante mais de um século, produzindo azulejo, bem como louça utilitária e decorativa. A cerâmica de construção justificou o surgimento de unidades industriais de grande dimensão, cada vez mais eficientes, em convívio próximo como unidades obsoletas, do ponto de vista económico, mas onde se adivinham histórias adormecidas do labor fabril em convivência íntima com uma economia rural de caráter familiar. Em olarias e fábricas, o barro marcou o ritmo de gerações.

Este sector, sempre visto como atividade económica, ganha, na atualidade, uma relevância acrescida enquanto valência cultural multifacetada. Por um lado, há um novo olhar para a interpretação da vivência das comunidades. Por outro lado, a cerâmica de autor acentua a criatividade e a expressão artística. Por fim, unidades industriais desativadas despertam-nos para um património industrial com elevado potencial museológico, identitário da comunidade e suscetível de requalificação. Neste domínio, vale a pena retratar os fornos e as esbeltas chaminés das antigas fábricas de telha e tijolo que pontuam a paisagem.


Fonte: https://www.municipio-portodemos.pt/pages/1290?event_id=2089
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