de: Alexandre Dumas, filho encenação: Miguel Loureiro De origem humilde, ascendeu a cortesã refinada e disputada, uma demi-mondaine generosamente estouvada e amante das artes, minada por uma doença, a tuberculose, que a tradição novecentista reservava com um carinho mórbido às raparigas puras. Marguerite Gautier é o coração de A Dama das Camélias, que Alexandre Dumas, filho começou por escrever em forma de romance e que mais tarde, em 1852, haveria de desviar para o palco. A obra é um dos cumes da doentia imaginação tardo-romântica, matéria apetecível para Miguel Loureiro, criador cénico que gosta de dar novos palcos a fantasmas e assombrações do passado. No seu percurso recente, esta A Dama das Camélias avizinha-se de Paris – Sarah – Lisboa (2017), “fabulosa rêverie” sobre Sarah Bernhardt, atriz que foi enorme como Fedra, Hamlet e… Marguerite Gautier. Em vez de correr atrás da sineta da atualidade, o ator e encenador interessa-se mais por sondar mistérios e enigmas. Diante de uma personagem tão esfíngica, Miguel Loureiro não resiste a lançar-lhe pontos e mais pontos de interrogação. “O que há de excessivo em Marguerite Gautier que ainda nos serve também? Enunciação clara de um insondável estado de alma? Pequeno ensaio filosófico sobre a vertigem da beleza? Hino à decadência do amor? Teatro eroticizado pela polidez romântica?” de: Alexandre Dumas, filho tradução: João Paulo Esteves da Silva encenação: Miguel Loureiro cenografia: André Guedes figurinos: Catarina Graça danças: Miguel Pereira desenho de luz: Daniel Worm d’Assumpção assistência de encenação: Leonor Buescu produção: Nuno Pratas/Culturproject com o apoio de: Manuel Poças e Vítor Alves Brotas/Agência 25 interpretação Álvaro Correia, António Durães, Carla Bolito, Carla Maciel, Gonçalo Waddington, Leonor Buescu, Miguel Mateus, Miguel Sopas, Rita Rocha, Sonja Valentina coprodução São Luiz Teatro Municipal, Gonçalo Waddington & Carla Maciel, Lda., TNSJ dur. aprox.2:45 M/12 anos «« Conversa pós-espetáculo 7 fev Língua Gestual Portuguesa 9 fev | dom | 16:00