APARELHO de 14 de novembro a 30 de dezembro Abertura às 21h30 Curadoria de Tales Frey No violento e autoritário contexto da ditadura militar brasileira (1964-1985), denominava-se “aparelho” o local onde um determinado grupo de ativistas de ideais afins e contrários ao governo da época se agrupava para organizar reuniões, maquinar estratégias, guardar materiais de propaganda, esconder armas, munições, dinheiro, entre outras coisas. O aparelho era também o ambiente (quase) seguro dessas pessoas, onde elas podiam se refugiar em situações de risco, partilhar suas aflições, mas também os seus desejos e as suas conquistas. Tal triste período da história do Brasil foi recentemente despertado por facínoras da estirpe mais indigna e eis que, em 2016, a Constituição Brasileira foi seriamente ferida e um desonesto golpe de estado abriu caminho para que, em 2018, um sociopata – que literalmente exaltou um torturador como herói – conseguisse chegar à presidência por meio de uma eleição comprovadamente pautada na fraude, na calúnia e difamação por meio das fake news e na mais completa má-fé. A exposição “Aparelho” – a qual dá continuidade temática à “Adorno Político” (2018) – alia dezoito artistas com ideais políticos próximos na medida em que todXs se opõem ao atual regime truculento brasileiro estruturado na mais nítida necropolítica, que combina neoliberalismo e fascismo, desumanizando existências e exterminando vidas em prol do capital. Em suas abordagens, tais artistas (também ativistas), em criações festivas, emancipadoras, sarcásticas, lúdicas ou simplesmente documentais, denunciam genocídios, repressões, preconceitos e retrocessos num ambiente de militância e afeto, onde podemos intuir o preparo para a batalha, mas também o cuidado para irmos fortes e conscientes para a luta. Artistas: Alice Yura, Arissana Pataxó, DUDX, Ed Marte, Grasiele Sousa a.k.a Cabelódroma, Helô Sanvoy, Letícia Maia, Marcela Tiboni, Marie Carangi, Maurício Ianês, Orlando Vieira Francisco, Panmela Castro, Paul Setubal, Paulo Aureliano da Mata, Pêdra Costa, Priscilla Davanzo, Sama e Yhuri Cruz ------------------------------------------------------------------------------------------- ATIVIDADES PARALELAS ️ 14.11 | 21h30 | Sala de Exposições Performances “Solange, tô aberta!”, de Pêdra Costa “Amarga”, de Letícia Maia ️ 11.12 | 17h | Sala de Espetáculos Documentário “Quem Matou Eloá?”, de Lívia Perez Filme “Espero tua (Re)volta”, de Eliza Capai ️ 12.12 | 19h | Sala de Exposições Palestra/Conversa “Dez anos após o fim”, com Sama ️ 14.12 | Caminhada/Conversa 14h | Caminhada pelo Porto “Caminhar é um ato político”, com Coletivo MAAD – Mulheres, Artes, Arquitetura e Design 17h | Sala de Exposições Conversa ------------------------------------------------------------------------------------------- Para mais informações sobre os artistas e sobre o evento, por favor aceda a sacoazul.org