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Paulo Mendes | #ourcommonfuture

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Paulo Mendes
Mupi Gallery

Ciclo: "A Política das Imagens" com curadoria de João Baeta
Cycle: "The Politics of Images" curated by João Baeta

[PT]
“A arte não é só talento mas sobretudo coragem.”
Glauber Rocha

«Anos 90, a discussão das questões de género e da normatividade dos comportamentos sociais não é uma originalidade dos tempos recentes. Nos anos 90 quando iniciei o meu trabalho, vivi a década da ressaca do triunfo dos mercados livres e da instauração do capitalismo global, da Perestroika e da queda do Muro de Berlim, de Ronald Reagan e de Margaret Thatcher, do Cavaquistão lusitano, da Guerra da Bósnia e da Guerra do Golfo, da massificação da World Wide Web, da Cimeira da Terra no Rio de Janeiro, eram os anos da SIDA.

A série de trabalhos L’ART DE VIVRE (PORTRAIT) 
KEN C’EST MOI, 
BARBIE C’EST MOI, 
ACTION MAN C’EST MOI, 
foi produzida originalmente em 1997, na sequência de outros trabalhos realizados anos antes em que justamente manipulei brinquedos que representavam estas personagens, estes invólucros de estereótipos. 
Nestas fotografias o autor/produtor confunde-se com o produto, o meu corpo é matéria, para se metamorfosear naqueles modelos sociais. Seguindo o princípio de Gustave Flaubert, que terá afirmado “Madame Bovary, c’est moi.”
O meu corpo-sujeito incorpora o corpo político e o corpo-social, debatendo-se com a dimensão grotesca da gestão estratégica das competências comportamentais. Em 1997, em 2019, eles formalizam, através da sua sexualidade e da sua violência latente, os manuais de instruções que recebemos para representar na sociedade do espectáculo.

Enquanto discutimos a viabilidade do Estado Social nesta sociedade da tecno-sociabilidade, observamos os sintomas da precariedade de um sistema globalizado, a precariedade de um quotidiano que se pretende uniformizado, sem atritos, sem pensamento crítico a interferir com o bom funcionamento da grande máquina neoliberal de produção de lucro.
Estamos num período de inovação disruptiva que causou polarizações social e alterações do conceito de trabalho; um período em que presenciamos uma vigilância massiva e somos confrontados com os algoritmos.
Um projecto de trabalho é um mecanismo/processo de pensamento que se materializa temporariamente. Uma exposição não é para descansar os olhos mas sim para exercitar o cérebro. 
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Produzir ARTE continua a ser um acto de resistência.
A questão não é produzir arte política, mas sim produzir politicamente o nosso trabalho.»

P.M. 2019


//
Artista plástico de formação, curador de exposições e produtor de projectos culturais. Apresenta o seu trabalho individualmente e em colectivo desde o início da década de 90. 
Ao longo dos anos e enquanto artista plástico apresentou trabalhos no Museu de Serralves, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), Museu do Neo-Realismo, Solar Galeria de Arte Cinemática, Museu do Chiado, Plataforma Revólver, Galeria ZDB, Culturgest, Galeria Quadrum, Galeria Nuno Centeno, Colégio das Artes, Centro Cultural Vila Flor (CCVF), Museu Berardo / CCB, Appleton Square, Museu da Electricidade / Fundação EDP / MAAT, entre muitos outros espaços nacionais e internacionais.
O seu trabalho encontra-se representado em numerosas colecções públicas e privadas como a Fundação de Serralves, Coleção de Arte Fundação EDP / MAAT, Museu do Neo-Realismo, Fundação PLMJ, Fundação Ilídio Pinho, Colecção Norlinda e José Lima, Colecção Ivo Martins, entre outras. 
Ao longo de trinta anos de trabalho, participou em aproximadamente trezentos projectos expositivos e performativos, tendo comissariado e produzido mais de setenta exposições, independentes e institucionais, que marcaram o desenvolvimento do trabalho de uma nova geração de criadores e lhe proporcionaram um extenso conhecimento das práticas artísticas em Portugal. 



[EN]
“Art is not only talent but above all courage”
Glauber Rocha

«90s, the discussion of gender normativity and social behavior is not an originality of recent times. In the 90s when I began my work, I experienced the decade of the hangover of the triumph of free markets and the establishment of global capitalism, Perestroika and the fall of the Berlin Wall, Ronald Reagan and Margaret Thatcher, Lusitanian Cavakistan, the Bosnia and the Gulf War, the massification of the World Wide Web, the Earth Summit in Rio de Janeiro, were the years of AIDS.
The series of works L’ART DE VIVRE (PORTRAIT)
KEN C’EST MOI,
BARBIE C’EST MOI,
ACTION MAN C’EST MOI,
It was originally produced in 1997, following other work done years before in which I just manipulated toys that represented these characters, these stereotype wrappers.
In these photographs the author/producer is confused with the product, my body is matter, to metamorphose into those social models. Following the principle of Gustave Flaubert, who said “Madame Bovary, c’est moi.”
My subject body incorporates the political body and the social body, struggling with the grotesque dimension of strategic management of behavioral competencies. In 1997, in 2019, they formalized through their sexuality and their latent violence, the operating instructions we received to represent the society of the spectacle.
While discussing the viability of the welfare state in this techno sociability society, we observe the symptoms of the precariousness of a globalized system, the precariousness of a daily life that intended standardized, without friction, without critical thinking interfering with the proper functioning of the great neoliberal machine of profit production.
We are in a period of disruptive innovation that has caused social polarization and changes in the concept of work; a period in which we witness massive surveillance and are confronted with algorithms.
A work project is a thinking mechanism/process that materializes temporarily.
An exposure is not for resting the eyes but for exercising the brain.
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Producing ART remains an act of resistance.
The question is not to produce political art, but to produce our work politically.»

P.M. 2019


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Artist, curator and producer of cultural projects, has presented his work individually and collectively since the early 1990s.
Over the years and as a visual artist he has presented his work at the Serralves Museum, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), Museu do Neo-Realismo, Solar Galeria de Arte Cinemática, Chiado Museum, Plataforma Revólver, ZDB Gallery, Culturgest, Quadrum Gallery, Nuno Centeno Gallery, Colégio das Artes - University of Coimbra, Centro Cultural Vila Flor (CCVF), Berardo Museum / CCB, Appleton Square, Museu da Electricidade / Fundação EDP / MAAT, among many other national and international spaces. His work is represented in numerous public and private collections such as Serralves Foundation, EDP / MAAT Foundation Art Collection, Neo-Realism Museum, PLMJ Foundation, Ilídio Pinho Foundation, Norlinda and José Lima
Collection, Ivo Martins Collection, among others.
Over thirty years, he has participated in approximately 300 exhibit and performance projects, having curated and produced over seventy independent and institutional exhibitions, which marked the development of the work of a new generation of creators and provided him an extensive knowledge of the artistic practice in Portugal


+ info: sacoazul.org // paulomendes.org
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