14:00 até às 18:00
Anozero'19 — A Terceira Margem

Anozero'19 — A Terceira Margem

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A nova edição da bienal, intitulada «A Terceira Margem», tem curadoria-geral de Agnaldo Farias e curadoria-adjunta de Lígia Afonso e Nuno de Brito Rocha. O nome toma por empréstimo o título do conto «A Terceira Margem do Rio» (1962), de João Guimarães Rosa, um dos mais importantes escritores brasileiros do Século XX.

Esse conto apresenta, pela voz de um filho, a história de um pai que, vivendo numa aldeia junto ao rio, decide mandar construir uma canoa para nele entrar e dele nunca mais voltar a sair. A autorreclusão a céu aberto, decisão individual do protagonista para a qual não oferece nenhuma explicação à família ou à comunidade, configura um gesto radical de ocupação irreversível. É esse gesto que define o território, tremendo, instável, insondável e indizível, da terceira margem, que é a nossa contemporaneidade.

Cinco frases retiradas do conto servem como eixos conceituais para possíveis desdobramentos da bienal e serão interpretadas por meio de uma pluralidade de vozes: curadores, artistas, autores e alunos da Universidade de Coimbra. Elas sugerem silêncio — «nosso pai nada não dizia»; passagem — «longe, no não-encontrável»; marginalidade — «passadores, moradores de beira»; invenção — «executava a invenção»; e, por fim, militância — «chega que um propósito».

«A Terceira Margem» apoia-se em três pilares: exposição, programa de ativação e livro. A exposição apresenta trabalhos de 39 artistas e ocupa diferentes lugares da cidade, ativando fortemente o seu património arquitetónico e imaterial, parcialmente qualificado pela UNESCO. Além da ocupação do singular Convento de Santa Clara-a-Nova, a bienal espraia-se pelas ruas do centro da cidade (Edifício Chiado, Sala da Cidade e Galerias Avenida), pelos edifícios da Universidade de Coimbra (Colégio das Artes e Museu da Ciência — Laboratório Chimico e Galeria de História Natural) e pelos espaços do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC Sede e Sereia).

O programa de ativação é desenvolvido pelos alunos do Mestrado em Estudos Curatoriais do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra em colaboração com a Esfera CAPC. Este programa fortalece o vínculo do Anozero com a cidade, os seus moradores e a universidade, oferece aos alunos formação em contexto e garante a ativação laboratorial dos seus conteúdos expositivos.

O livro reúne ensaios dos artistas participantes especificamente criados para este formato, aos quais se somam ainda textos de Clara Rowland, Isabel Carvalho, João Paulo Borges Coelho, Peter Pál Pélbart e Samuel Titan.

Os artistas participantes são Alexandra Pirici, Ana María Montenegro, Ana Vaz, Anna Boghiguian, António Olaio, Belén Uriel, Bouchra Khalili, Bruno Zhu, Cadu, Daniel Melim, Daniel Senise, David Claerbout, Erika Verzutti, Eugénia Mussa, Joanna Piotrowska, João Gabriel, João Maria Gusmão + Pedro Paiva, José Bechara, José Spaniol, Julius von Bismarck, Laura Vinci, Luis Felipe Ortega, Luís Lázaro Matos, Lynn Hershman Leeson, Magdalena Jitrik, Maria Condado, Mariana Caló e Francisco Queimadela, Marilá Dardot, Mattia Denisse, Maya Watanabe, Meriç Algün, Przemek Pyszczek, Renato Ferrão, Rita Ferreira, Steve McQueen, Susan Hiller, Tomás Cunha Ferreira.

Tomás Cunha Ferreira, artista participante na bienal, apresenta a curadoria paralela de «ShipShape», uma exposição em torno da poesia visual, concreta e experimental.

A inauguração de A Terceira Margem decorre no dia 2 de novembro com o seguinte programa



14h30
Abertura Institucional – Sala da Cidade
15h00
Performance de Luís Lázaro Matos – Edifício Chiado
16h00
Ongoing action de Alexandra Pirici – Colégio das Artes (ação a decorrer entre as 14h00 e as 18h00)
17h00
Visita ao Museu da Ciência – Laboratorio Chimico e Galeria de História Natural
18h00
Visita ao Círculo de Artes Plásticas de Coimbra – CAPC Sede
19h00
Performance de abertura da exposição ShipShape – CAPC Sereia
22h00
Performance de Daniel V. Melim – Convento de Santa Clara-a-Nova
22h30
Performance Companhia de Luis Felipe Ortega
23h30
Festa de inauguração Anozero’19 – Convento de Santa Clara-a-Nova




Toda a informação sobre as várias iniciativas propostas está disponível em anozero-bienaldecoimbra.pt




ENGLISH VERSION

The third edition of the Coimbra Biennial of Contemporary Art is one month away and the organisers have announced the 39 artists, half of which are commissioned, who will occupy different places in the city, providing a deep activation of its architectural and intangible heritage, partially classified by UNESCO.
The Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Coimbra City Council and the University of Coimbra have publicly announced the list of artists for the third edition of Anozero, which will open to the public on November 2 and can be visited free of charge until December 29, 2019.

The new edition of the biennial is titled The Third Bank and has Agnaldo Farias as chief curator and Lígia Afonso and Nuno de Brito Rocha as associate curators. Its name is borrowed from the title of the short story "The Third Bank of the River" (1962) by João Guimarães Rosa, one of the most important Brazilian writers of the 20th century.
 
The story, narrated by the son, tells of a father who lives in a village by the river but decides to have a canoe built, get into it and never leave it again. This self-exclusion under the open sky, a personal decision by the protagonist for which he offers no explanation to either family or community, constitutes an extreme gesture of irreversible occupation. It is this gesture that defines the territory, tremendous, unstable, unfathomable and unspeakable, of the third bank that is our contemporaneity.
Five sentences taken from the tale serve as the conceptual axis for the possible unfolding of the biennial and will be interpreted by means of a plurality of voices: curators, artists, authors and students from the University of Coimbra. They suggest silence – father said nothing; transition – beyond the possibility of seeing or being seen; marginality – travellers along the river and people living near the bank; invention – put his invention to use; and finally militancy – muster courage.
The Third Bank rests on three pillars: an exhibition, an activation programme and a book. The exhibition features works by 39 international artists, half of which are commissioned, and is spread throughout various places in the city, activating its architectural and intangible heritage, partially qualified by UNESCO. In addition to occupying the spectacular Santa Clara-a-Nova Convent, the biennial extends into the city centre streets (Edifício Chiado, Sala da Cidade and Avenida Cinema), the buildings of the University of Coimbra (Colégio das Artes and Museum of Science – Laboratório Chimico and Natural History Gallery) and the venues of the Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC Headquarters and Sereia).
The activation programme is carried out by the students of the Master’s in Curatorial Studies of the Colégio das Artes of the University of Coimbra in collaboration with Esfera CAPC. This programme strengthens Anozero's bond with the city, its residents and the university, provides students with in-context training and ensures laboratory activation of its exhibition content.
The book brings together essays by the participating artists specifically created for this format, to which are added texts by Clara Rowland, Isabel Carvalho, João Paulo Borges Coelho, Peter Pál Pelbart and Samuel Titan.
The participating artists are Alexandra Pirici, Ana María Montenegro, Ana Vaz, Anna Boghiguian, António Olaio, Belén Uriel, Bouchra Khalili, Bruno Zhu, Cadu, Daniel Melim, Daniel Senise, David Claerbout, Eugénia Mussa, Joanna Piotrowska, João Gabriel, João Maria Gusmão + Pedro Paiva, José Bechara, José Spaniol, Julius von Bismarck, Laura Vinci, Luis Felipe Ortega, Luís Lazaro Matos, Lynn Hershman Leeson, Magdalena Jitrik, Maria Condado, Mariana Caló and Francisco Queimadela, Marilá Dardot, Mattia Denisse, Maya Watanabe, Meriç Algün, Przemek Pyszczek, Renato Ferrão, Rita Ferreira, Steve McQueen, Susan Hiller and Tomás Cunha Ferreira.
Tomás Cunha Ferreira, participating artist in the biennial, presents the parallel curation of ShipShape, an exhibition around visual, concrete and experimental poetry.
The inauguration of A Terceira Margem/The Third Bank takes place on 2 November and features performances by Luís Lázaro Matos and artist in residence Daniel Melim and also an ongoing action by Alexandra Pirici.
 
Full information about the various initiatives can be found at anozero-bienaldecoimbra.pt
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