MULHERES DE PAPEL de Helena Topa Comecemos pelos palavrões e pelos insultos, para não haver dúvidas: sexismo, patriarcado, machismo, identidade de género, orientação sexual, trabalho sexual, estereótipos, discriminação. Não, palavrões não, que é feio para uma menina ou para uma senhora. Então tomem lá esta: suas a̶m̶é̶l̶i̶a̶s̶! Não se escreve com letra grande? Até aparece com sinal de erro e tudo! Mas é para ser insulto. Embrulhem! Agora, fora de palavrões e insultos, falemos das quatro mulheres que aqui aparecem, quatro personagens à procura da vida, a que não têm, por serem de papel. Quatro mulheres que não existem, cada uma à sua maneira, mas que, não existindo, mostram mais do que é ser mulher do que qualquer mulher de carne e osso. Por isso mesmo, por serem de papel, por serem ficções, inventadas, sem corpo, dizem mais acerca de quem nasceu com o carimbo “F” do que alguma mulher teria coragem de dizer ou de pensar acerca de si mesma, acerca de onde veio e por onde anda na vida. performance a partir de textos de HELENA TOPA dramaturgia, encenação, dispositivo cénico, dispositivo vídeo EMANUEL DE SOUSA interpretação DANIELA GONÇALVES, OLINDA FAVAS apoio EARLYMADE Cedofeita duração 60 min (aprox) faixa etária M/12