16:00 até às 20:00
Caves dos Sonhos Esquecidos - Vestíbulo

Caves dos Sonhos Esquecidos - Vestíbulo

Luísa Jacinto e Lauren Moya Ford

Caves dos sonhos esquecidos - Vestíbulo
curadoria: José Almeida Pereira

16 Fevereiro a 9 de Março, 2019

Inauguração - 16h, Sábado 16 Fevereiro


Em 2010 saiu nas salas de cinema um dos muitos filmes de Werner Herzog, com o título “Cave of forgotten dreams”. Esta estreia coincidiu com um tempo em que os sonhos dos portugueses teriam de ser revistos de modo a não se tornarem pesadelos.
Este filme trata da visita e análise a uma gruta em França que parece conter das pinturas rupestres mais antigas até agora encontradas. Foi o primeiro e único filme que Herzog realizou com uma câmera de duas lentes, mais conhecida por produzir filmes para visualização 3D. A decisão partiu da primeira deslocação que o realizador fez à gruta. Seria a melhor solução para oferecer ao espectador o sentido daquilo que provavelmente nunca poderá assistir ao vivo (a gruta está estritamente proibida a visitas, apenas técnicos e especialistas têm acesso, uma ou duas vezes por ano, de modo a preservar o seu habitat).
O que se vê é uma viagem pelas maravilhas da arte dos primeiros homens. A elegante manipulação dos meios disponíveis para registar nas paredes as suas visões. Ao longo do filme vamos percebendo que as mentes que projectaram aqueles registos eram refinadas e completas. Não há nada ao longo da história da humanidade que tenha superado aquela consciência, pois o sentido das formas, o movimento, o tempo de intervalo das figuras está soberbamente ajustado às qualidades das pedras que acolhem aquelas marcas.
A arte ainda hoje se faz de um modo equivalente. Nas “grutas”, sendo reais (caves, estúdios, salas) ou alegóricas (computadores portáteis, salas de reunião, cafés, aviões), o que prevalece é essa disposição em transe, esses momentos em que nos despimos das funções do quotidiano e deixamos os sentidos navegar pelas notas livres da realidade até escutarmos as ondas que nos são síncronos.


Este é o mote para um conjunto de exposições realizadas por pares de artistas, próximos na partilha de ideias e ilusões em relação ao espírito da arte. Depois da primeira exposição que colocou em diálogo os monocromos a grafite sobre papel e lixa de água de Paulo Lisboa, e as pedras/esculturas/assemblages de Cristina Regadas; e da segunda exposição, com James Newitt e Max Fernandes, onde apresentaram vídeos em monitores e projecções que se distribuíram pelo chão, tecto, vidros e paredes do espaço do A-artes, bem como texto e imagens por toda a arquitetura ecoando como argumentos dos próprios filmes; nesta última exposição da série, Luisa Jacinto e Lauren Moya Ford tomarão o pavilhão com objectos pictóricos e artefactos sonoros para abrir portas a um ascetismo sensual.



Luísa Jacinto (1984). Vive e trabalha em Lisboa. Participou no International Study Programme da Maumaus em 2017, e terminou o MA em Fine Art na Byam Shaw School of Art - Central Saint Martins, Londres, em 2009. Fez a Licenciatura em Artes Plásticas - Pintura, na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Expõe regularmente desde 2007. Das exposições individuais, destacam-se Podemos sempre fugir de carro, Fundação Portuguesa das Comunicações, Lisboa, 2017-2018,  An instante of this, galería silvestre, Madrid, 2016, Roda que roda, à volta do quarto, comissariada por Fátima Lambert, Museu Soares dos Reis e Quase Galeria, Porto, 2015, Basta um só dia, comissariada por João Miguel Fernandes Jorge com edição de monografia, Museu Carlos Machado, Ponta Delgada, 2012. Das suas exposições colectivas, destacam-se WAIT, curadoria de Orlando Franco, Museu Coleção Berardo, Lisboa, 2019;  Saudade - Unmemorable Place in Time, comissariada por Yuko Hasegawa, Fosun Foundation, Xangai, e Museu Coleção Berardo, Lisboa, 2018, Pontos Colaterais, Coleção de Arte Arquipélago, uma seleção, comissariada por João Silvério, Arquipélago, S. Miguel, 2015, Processo e Transfiguração, comissariada por João Miguel Fernandes Jorge e Emília Ferreira, Casa da Cerca, 2010, e 17 ingredients – Measures of Autonomy, curadoria de Shama Khanna e Blanche Craig, Studio One, Londres, 2009.

Lauren Moya Ford (Boca Ratón, EUA, 1986) é artista e escritora e vive em Madrid, Espanha. Expôs e apresentou o seu trabalho em perfomance na Menil Collection, Rice University, the Museum of Fine Arts Houston Hirsch Library, Temple University, Desperate Literature (Madrid), MCO Arte Contemporânea (Porto), e outros. A sua escrita e artes visuais foram recentemente publicadas por Dragaria Revista Canaria de Literatura, Gulf Coast Journal, e Fields Magazine, e os seus ensaios foram publicados em catálogos de exposições para Galerias, Centros de Arte, e museus em Espanha, Portugal e Estados Unidos da América. Em 2018 criou Editorial Froitas, uma editora independente de arte e poesia. Foi premiada com the Cynthia Woods Mitchell Center Fellowship for Interdisciplinarity and the Frank Freed Travel Grant for research in Mexico City. Participou em residências artísticas no Ox Bow (Michigan, US), O Sol Aceita a Pele para Ficar (Guimarães, PT), e El Centro de Arte La Regenta (Las Palmas, ES).
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