A FLAUTA E O PINTASSILGO | Histórias da Formiga Rabiga Solistas da Metropolitana Domingo, 2 de junho, 11h00, Teatro Thalia Este programa convida-nos a revisitar obras de Antonio Vivaldi e de Johann Sebastian Bach, figuras emblemáticas do barroco musical e génios criativos incomparáveis, mas que coincidem na matriz técnica e expressiva do estilo musical da primeira metade do século XVIII. Os Solistas da Metropolitana irão assim interpretar peças de repertório que se tornaram tremendamente populares nos nossos dias e que se distinguem por apresentarem em primeiro plano um instrumento muito especial. São três concertos em que a flauta de destaca na função de solista. O primeiro é, na verdade, um Concerto para Flautim, esse pequeno instrumento que soa uma oitava acima da flauta transversal e que também conhecemos por Piccolo. É uma partitura de Vivaldi que exige do intérprete grande desenvoltura expressiva, com movimentos compassados e desenhos melódicos aparatosos. Como em praticamente todos os concertos barrocos, são três andamentos que colocam frente a frente solista e orquestra, sempre ancorados na firmeza do baixo contínuo. Na extraordinária beleza do andamento central, impressiona o modo como um instrumento tão pequeno, de aparência tão frágil, consegue transmitir tamanha força emocional. Já no Concerto para Flauta Il gardellino, também da autoria do compositor italiano, sobressaem trilos, passagens rápidas, ornamentadas, notas repetidas, ritmos pontuados que lembram o canto de um pintassilgo em fim de tarde numa paisagem campestre. Por fim, ouvimos o quarto dos seis concertos que Bach dedicou ao Marquês de Brandeburgo em 1720. Desta feita, juntam-se duas flautas à frente das cordas da orquestra. A. Vivaldi - Concerto para Flautim, RV 443 A. Vivaldi - Concerto para Flauta e Cordas, RV 428, Il gardellino J. S. Bach - Concerto Brandeburguês N.º 4, BWV 1049 Nuno Inácio, flauta Janete Santos, flauta Ana Pereira, violino Diana Tzonkova, violino José Teixeira, violino Anzhela Akopyan, violino Daniela Radu, violino Joana Cipriano, violas Valentin Petrov, violas Ana Cláudia Serrão, violoncelo Ercole de Conca, contrabaixo Marcos Magalhães, cravo Susana Henriques narração ///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// De outubro a junho, no primeiro domingo de cada mês (exceção feita ao mês de janeiro), sempre às 11h, no Teatro Thalia, a Metropolitana apresenta as Histórias da Formiga Rabiga: concertos narrados, música que conta contos, para crianças e famílias. Mas quem era a Formiga Rabiga?! Um de nós encontrou-a, certa vez. Era uma formiga muito estranha. Não se parecia com as outras formigas. Para começar, tinha o corpo coberto por uma carapaça que não era preta, como a das suas companheiras, mas castanha, de um tom terroso, que refulgia ao sol em reflexos dourados. Depois, tinha tendência para se distrair das tarefas coletivas, abandonando o formigueiro a que pertencia, e perdendo-se entre as ervas que cresciam dos dois lados do carreiro. Entregava-se aos seus pensamentos e esquecia-se da carga – uma folhinha, um grão de areia, uma semente – e uma vez foram dar com ela a cantarolar. Às vezes, mais parecia uma cigarra ociosa do que uma formiga trabalhadeira. A Formiga Rabiga, essa é que é verdade, gostava mais de ouvir histórias do que de trabalhar. E acompanhava-as com música, que lhe encantava os ouvidos e turvava o entendimento. [Créditos da Imagem: Pedro Proença]