Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão
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Revisita o universo de Ingmar Bergman numa celebração do seu nascimento e da sua obra. A dança o teatro e o cinema à procura de um outro lugar. A 14 de Julho de 1918 nascia Ingmar Bergman. Poucos realizadores conseguiram encontrar profundidade no interior do ser humano. Os seus sonhos cheios de pesadelos foram a base inspiradora de muitos dos seus filmes, onde nos quais espaço e tempo se desvanecem do real. A impossibilidade de comunicação, a religião e a morte são as temáticas mais obsessivas de Bergman. No entanto, o que é mais importante na vida do realizador é a comunicação que conseguimos com outros seres humanos: sem isso estaríamos mortos. A redenção, por vezes, aparenta ser o amor, mas sempre que as personagens parecem perceber isso, a luz é retirada do ecrã. Apesar de lhe interessar qualquer ser humano, seja homem ou mulher, Bergman não esconde gostar mais de trabalhar com mulheres, afirmando que são melhores atrizes, talvez porque têm uma relação mais aberta com a sua reflexão. A verdade é que as mulheres de Bergman não são um mito, elas existem em todo o seu esplendor e complexidade. As referências são esmagadoras, tanto na quantidade como na dificuldade de análise e interpretação de cada personagem. É nessa visão do realizador que nos iremos inspirar, nesses homens e mulheres assustadoramente reais, na solidão em luta constante com o interior. A meio da noite, sendo um espetáculo que se propõe abordar a temática existencialista do encenador e cineasta Ingmar Bergman, é simultaneamente uma peça sobre o processo de criação numa procura incessante de si próprio e dos outros. Sete intérpretes encontram-se para partilhar as suas pesquisas sobre a obra do realizador e criarem, coletiva ou individualmente, cenas que possam integrar um futuro espetáculo. À volta de uma mesa/ilha, fecham-se nos seus pensamentos, mergulhados nos computadores, nos livros, nos vídeos. Tudo nasce desse huis clos de criação: o som, a luz, as imagens, as ações e contradições, dramas, pesadelos e fantasmas. As camadas de representação acumulam-se, criando tramas dramatúrgicas onde se mistura a mentira com a verdade dos factos. A meio da noite é uma profunda homenagem a Ingmar Bergman, aos atores dos seus filmes e aos intérpretes desta Companhia. Olga Roriz FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA Direção: Olga Roriz Intérpretes: André de Campos, Beatriz Dias, Bruno Alexandre, Bruno Alves, Catarina Câmara, Francisco Rolo, Lígia Soares ou Rita Calçada Bastos Banda Sonora Johann Sebastian Bach, Erik Satie, Primal Scream, Michelle Gurevich, Franz Schubert, Frédéric Chopin, Piotr Ilitch Tchaikovsky, Richard Wagner, Dolf van der Linden, Erhard Bauschke, Giovanni Fusco, Jefferson Airplane, excertos sonoros do filme Metropolis (1927) de Fritz Lang, Persona (1966) de Ingmar Bergman e entrevista a Ingmar Bergman Seleção musical: Olga Roriz, João Rapozo e intérpretes Cenografia e figurinos: Olga Roriz e Ana Vaz Desenho de luz: Cristina Piedade Vídeo: Olga Roriz e João Rapozo Desenho de som: Sérgio Milhano Apoio dramatúrgico: Rita Calçada Bastos Apoio vocal: João Henriques Tradução e elocução em Sueco: Birte Lundwall Assistente de ensaios: Ricardo Domingos Assistente de cenografia e figurinos: Rita Osório Fotografia: Alípio Padilha Montagem gráfica: Paulo Teixeira Pós-produção áudio e vídeo: João Rapozo Montagem e operação de luz: Contrapeso Montagem e operação de som: Ponto Zurca Companhia: Olga Roriz Direção: Olga Roriz Produção e digressões: António Quadros Ferro Gestão: Patrícia Soares FOR Dance Theatre e Residências Lina Santos Coprodução: Companhia Olga Roriz, Teatro Municipal de Bragança, Teatro Municipal de Vila Real, TNSJ M/12 . 80'
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