19:00 até às 19:00
GERARD BYRNE Imagens ou Sombras

GERARD BYRNE Imagens ou Sombras

GERARD BYRNE
Imagens ou Sombras
De 21 de setembro de 2012 a 6 de janeiro de 2013
CAM - Galeria de Exposições Temporárias e Sala Polivalente
Curadoria: Enrique Juncosa
Curadora associada: Isabel Carlos


GERARD BYRNE FALA DA SUA EXPOSIÇÃO NO CAM. VER AQUI
 
A exposição de Gerard Byrne teve o seu início no Outono de 2011 no Irish Museum of Modern Art (IMMA) em Dublin na Irlanda, cidade natal do artista. Em cada um destes museus a mostra assume diferentes configurações, consoante o espaço e a curadoria local que parte do trabalho inicial do curador principal Enrique Juncosa, até há pouco tempo diretor do IMMA.
 
A exposição no CAM inicia-se logo no hall, em frente às salas polivalente e de exposições temporárias querendo sublinhar a relação entre o espaço arquitetónico do museu (inaugurado em 1983) e a obra de Byrne intitulada 1984 and beyond (2005-2007). Esta instalação é baseada numa mesa-redonda entre 12 autores de ficção científica organizada em 1963 pela revista Playboy e em que se discute o futuro do mundo, a evolução científica, as relações humanas e políticas.
 
O texto do vídeo Homme à Femmes (Michel Debrane), de 2004, é igualmente oriundo de uma entrevista publicada numa revista, a Le Nouvel Observateur, em 1977, intitulada «Sartre et les femmes» entre a jornalista Catherine Chaine e o filósofo Jean-Paul Sartre, na altura já com 70 anos. O vídeo mostra só a imagem do entrevistado, da entrevistadora só temos acesso à voz.
 
O jornalismo volta assim a ser fonte de argumento para um vídeo que dura cerca de meia hora e onde só aparece a figura masculina a falar, em francês, e cujo principal tópico da conversa é a relação com a sua companheira Simone Beauvoir.
 
Ao contrário da atitude passiva que a televisão em geral induz no espectador, as obras de Byrne implicam com o espectador, quer sejam porque provocam uma certa agitação psicológica que advém das dúvidas que instauram, quer seja física, a obrigação de saltar de televisor para televisor (1984 and beyond) ou de percorrer vários ecrãs (A thing is a hole in a thing it is not, 2010). Ou seja, apesar de serem vídeos, estas obras exigem ao visitante a mesma performance que uma exposição de pintura ou de escultura: têm que ser percorridas, não são para se sentar, parados a ver, como a televisão e o cinema. Na única obra que o podemos fazer – Homme à Femmes (Michel Debrane) – tem duas saídas de som, uma por trás da imagem projetada (a voz de «Sartre»), outra nas nossas costas (a voz da «jornalista»), ou seja, o nosso corpo está entre os dois, estamos implicados, somos a rede neste jogo de ténis entre duas vozes. O que é tanto mais interessante quanto a obra é um homem a falar sobre mulheres, dito de outro modo, a masculinidade manifesta-se através do discurso sobre o feminino.
 
À deriva mas dentro de um museu ou mesmo dentro da arte contemporânea – no seu mais icónico limite, a escultura minimalista – parecem estar os personagens em A thing is a hole in a thing it is not. O título é desde logo uma citação do artista minimalista Carl Andre que surge também no vídeo ao narrar a polémica que envolveu a aquisição pela Tate, em 1976, da sua obra composta por uma pilha de tijolos; esta e outras histórias – a performance «Column» em 1961 do artista Robert Morris, a viagem-epifania de Tony Smith a guiar à noite numa auto-estrada sem fim – do início e da receção crítica da escultura minimalista, atravessam as cinco projeções que ocupam a Sala Polivalente cujas paredes cobertas por cortinas pretas reforçam a teatralidade e a retórica da obra.
 
Imagens ou Sombras, título da exposição e do catálogo que a acompanha, é mais do que uma evocação da caverna platónica – em que o que nós humanos veríamos seria somente as sombras do mundo verdadeiro –, é sobretudo uma síntese do que interessa a Byrne, a realidade e a ficção, a verdade e a fantasia, não como categorias opostas mas porosas, que se contaminam e instabilizam, tal como uma escultura minimalista exige um uso e manuseamento simultaneamente delicado e complexo.

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VISITAS
 
 
Encontros ao Fim da Tarde
21 de setembro (sexta-feira) às 17h00
Visita orientada pela curadora Isabel Carlos (diretora do CAM) e pelo artista Gerard Byrne
 
 
Domingos com arte
23 de setembro, 14 de outubro, 25 de novembro e 6 de janeiro 
(domingo) às 12h00
Visita orientada por Susana Anágua
 
 
Uma obra de arte à hora de almoço
4 de janeiro (sexta-feira) às 13h15
Loch Ness
Visita orientada por Susana Anágua
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