18:00 até às 20:00
Paulo Quintas, Todos os Títulos Estão Errados

Paulo Quintas, Todos os Títulos Estão Errados

As Galerias Municipais inauguram no próximo dia 23 de fevereiro, pelas 18h00, na Galeria do Torreão Nascente da Cordoaria, a exposição Todos os Títulos estão Errados – Exposição Antológica de Paulo Quintas, com curadoria de Isabel Carlos. 

Segundo a curadora, “Paulo Quintas (Ericeira, 1966) tem vindo a desenvolver, desde o final da década de oitenta, um percurso artístico sólido e radicalmente individual, impermeável a modismos ou tendências diáfanas e talvez seja por isso que a sua obra não tem tido a visibilidade merecida. 
Com esta exposição que pela primeira vez dá a ver três décadas de trabalho através de uma selecção de cerca de uma centena de obras, pretende-se colmatar essa falta e mostrar como, desde 1987, Quintas tem vindo a construir uma obra assente na rarefação da imagem, onde o “escavar” é tão importante como o colocar ou o acrescentar camadas, na incerteza do destino da interpretação e num regresso ao gesto primeiro da pintura. Pintura radical e insubmissa.
Nas suas várias séries, Quintas tem explorado registos como o Expressionismo abstrato, a paisagem, a sinalética, o signo, a geometria, através de técnicas muito diversas mas sempre trabalhadas de um modo radicalmente experimental e pictórico.
No entanto, o primeiro registo que explorou, enquanto jovem, foi o fotográfico, ao qual regressa agora numa obra única feita a partir da digitalização e montagem de negativos do início da década de oitenta intitulada Dilúvio, 12 de novembro de 1983, Ericeira, titulo denotativo e informativo do que e quando captou: imagens quase abstratas da costa da Ericeira após um temporal.

Os títulos são, para o autor, uma espécie de mal necessário com que tem de lidar: “A vida é uma ação. Como a pintura. Os títulos são as legendas da vida. Palavras derivadas como titulares ou sinónimos como nomear não me interessam. O título é uma síntese e as sínteses hoje estão erradas. O Trump é muito bom em títulos. As sínteses são ambivalentes” (PQ).
Mas esta postura frente aos títulos, por parte de quem, não nos enganemos com as aparências, é um leitor compulsivo, encerra uma outra dimensão mais funda e estrutural perante a sua arte: a rejeição da interpretação: 
“Considero que as minhas pinturas existem na fronteira da representação. Muitas são representações do processo: representações de árvores, céus, marinhas; outras são puro processo exposto ou apresentado de certo modo. As minhas pinturas não são objetos banais, pobres. São sempre objetos inacabados. Olhar para dentro e olhar para fora é a mesma coisa. Prefiro uma arte que me ponha a divagar mais do que a representar” (PQ).
A designação da exposição impôs-se, assim, com uma clareza tão luminosa quanto cortante: “Todos os títulos estão errados”, ou poderíamos dizer o seu contrário, todos os títulos estão certos. A intenção é propositadamente instalar uma espécie de desconforto com as afirmações, as nomeações, as sínteses, as grandes definições e os sistemas fechados.”

A propósito da exposição, as Galerias Municipais  editam o catálogo “Todos os títulos estão Errados”, com o apio da Fundação Carmona e Costa e da Documenta, que será apresentado no dia 5 de abril às 18h , com uma conversa entre o artista, Paulo Quintas, a curadora, Isabel Carlos, e a Diretora das Galerias Municipais, Sara Matos. 


Sobre o artista
Paulo Quintas (n. 1966) vive e trabalha em Santa Rita. É licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, e em 2005 conclui a Pós Graduação em Pintura pela mesma Universidade. Em 2009 frequenta o Curso de Doutoramento em Pintura da FBAUL. 
Desde 1990 que expõe regularmente, tendo participado em inúmeras exposições individuais e colectivas em Portugal e no estrangeiro. 
Foi bolseiro da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, da Fundação Calouste Gulbenkian  e em 1990 foi um dos selecionados na 1ª edição do Prémio de Pintura da União Latina.
Está representado em diversas coleções públicas e privadas (Culturgest, Banif Mais, Ar.Co, etc.)



Sobre o Curador
Isabel Carlos é licenciada em Filosofia pela Universidade de Coimbra e mestre em Comunicação Social pela Universidade Nova de Lisboa com a tese «Performance ou a Arte num Lugar Incómodo» (1993). Crítica de arte desde 1991, tem ocupado diversos cargos de destaque, incluindo o de assessora para a área de exposições de Lisboa’94 – Capital Europeia da Cultura. Foi co-fundadora e subdirectora do Instituto de Arte Contemporânea, tutelado pelo Ministério da Cultura (1996-2001), tendo organizado, entre outras actividades inerentes ao cargo, as representações portuguesas na Bienal de Veneza (2001) e na Bienal de São Paulo (1996 e 1998). Foi membro dos júris da Bienal de Veneza (2003), do Turner Prize (2010), The Vincent Award (2013), entre outros. Co-seleccionadora do Ars Mundi, Cardiff (2008).
Entre as inúmeras exposições que organizou, destacam-se: Bienal de Sidney «On Reason and Emotion» (2004), «Intus» de Helena Almeida, Pavilhão de Portugal, Bienal de Veneza (2005), «Provisions for the Future», Bienal de Sharjah (2009).
Entre 2009 e 2015 foi directora do Centro de Arte Moderna _Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.

A exposição pode ser vista de terça a domingo das 10h às 13h e das 14h às 18h.

Mais informações e pedido de imagens: susanalopes@egeac.pt
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