O solilóquio psicótico d’O Rei Imaginário revela-se enquanto exercício dramático do sentimento trágico da vida transversal em toda a obra de Raul Brandão (1867-1930). Teles, magistrado que se vê confinado às paredes de um calabouço, lança palavras que ecoam em clausura, vãs: nascido de uma família ilustre, caiu depois em desgraça. Partindo desta premissa, a personagem estabelece um discurso múltiplo e fragmentário, desconexo; Teles enfrenta assim a solidão correndo atrás do sonho, uma evasão criada pela ilusão – enfim, um mecanismo anestesiante que permite expelir a dor da existência.
No ano em que se celebram 150 anos sobre o nascimento de Raul Brandão, oiçamos o eco de Teles, esse rei absoluto, no Centro Cultural Malaposta.
Bilhetes em https://ticketline.sapo.pt/evento/o-rei-imaginario-22843
5€
Direcção | Leonor Buescu
Interpretação | Miguel Maia
Fotografia | Sónia Godinho Photography
Produção | Companhia Cepa Torta, com o apoio do Ifict e do ONE your first stop.
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