23:00 até às 04:00
Mundo Casadilla s03e04: Alförjs KinoSousa DJQuesadilla

Mundo Casadilla s03e04: Alförjs KinoSousa DJQuesadilla

O Mundo Quesadilla deste mês é um pouco diferente. A festa será a mesma, a mensagem será outra.

Os Lisboetas estão a perder Lisboa para a especulação imobiliária e muita gente está a ficar desalojada à conta disso. A AOLX ocupou o edifício 69 da Rua Marques da Silva em Arroios e pretende que este espaço se transforme num bastião do direito a viver na cidade.

Mas para tal, há obras de melhoramentos necessárias ao bom funcionamento do espaço.

Nisto, o Mundo Quesadilla, os Alförjs, o Kino Sousa e as Damas associam-se à causa e todos os fundos dos artistas da noite reverterão para obras de melhoramento da casa ocupada da Rua Marques da Silva.

Nas palavras da Assembleia de Ocupação de Lisboa:

"O número 69 da Rua Marques da Silva encontra-se ocupado. A acção parte da iniciativa de um grupo de pessoas, sem qualquer filiação institucional, unidas pela vontade de dar vida a um imóvel abandonado.

Nos últimos anos, o direito a habitar na cidade de Lisboa tem sido alvo de diversos ataques. Num cenário de crise económico-financeira e de austeridade, a alteração da lei das rendas por parte do anterior governo veio permitir novas oportunidades de negócio a fundos de investimento e demais entidades especuladoras. Ao mesmo tempo, a imagem da cidade como um local solarengo, pitoresco e pacífico, promovida por indústrias turísticas, contribuiu para o aumento do número de pessoas interessadas em visitar e morar em Lisboa. O mercado está em alta e os preços também. Bairros onde as rendas eram outrora minimamente acessíveis viram os seus valores aumentarem de uma forma brutal. A recomposição destrutiva dos modos de vida na cidade, agora reservada a quem consegue pagar mais caro, é ilustrada pelos sucessivos casos de despejo.

A Câmara Municipal de Lisboa, proprietária deste imóvel (e de tantos outros milhares), tem uma grande responsabilidade neste processo. Medidas como o Programa de Renda Acessível encontram-se longe de constituir uma resposta efetiva ao problema. O seu objetivo é mais simbólico do que material, contribuindo para a legitimação de uma política habitacional marcada pela falta de iniciativa, pelo desbaratar de património e pela cumplicidade com fundos de investimento, inclusive na definição de supostas políticas sociais.

Perante este cenário, interessa-nos aprofundar um debate crítico sobre a cidade e as suas transformações que tenha consequências práticas. Neste sentido, a ocupação desta casa não se limita a retirá-la das malhas da especulação, querendo fazer dela um espaço de usufruto social, seja habitacional, educativo ou cultural.

As obras de melhoramento do espaço foram assim entendidas como uma prioridade para criar as condições necessárias para desenvolver outros projectos no espaço, a longo/médio prazo. Há muitas ideias ainda em aberto a serem debatidas para desenvolver na casa, como a criação de um espaço para habitação temporária, um espaço de encontro para um movimento de habitação e ocupação em Lisboa ou um espaço de apoio social ou cultural, aberto à comunidade.

O direito a viver a cidade e à existência de espaços comunitários pensados e organizados por quem e para quem a vive são o nosso horizonte, por isso deixamos as portas do número 69 da Rua Marques da Silva abertas a todos os que queiram fazer parte deste grupo, pensar em conjunto, debater e viver a cidade. 

Convidamos por isso as pessoas interessadas a participar nas assembleias abertas da casa, que decorrem mensalmente no primeiro domingo de cada mês, pelas 17h. A confirmar na página de facebook da Assembleia de ocupação de Lisboa:
fb.com/assembleiadeocupacaodelisboa/"
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
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