Fruto da curadoria de Rossana Mendes Fonseca, a CRU Galeria receberá, entre 11 de Novembro e 12 de Janeiro a exposição 'Do Gesto e No Espaço', da autoria de Ana Lúcia Pinto e Rita Bastos. «Neste projecto articulam-se duas abordagens autorais construídas em redor do artesanato português. O artesanato dentro do seu quotidiano, os materiais dos artefactos e os procedimentos dos fazeres fazem parte do corpo do qual [se parte] registando, através da fotografia, enquanto substância (poética) e veículo de memória(s), num processo inicial comum de registo espácio-temporal simultâneo, as atividades dos artesãos nos seus lugares de ação/realização». Ana Lúcia Pinto e Rita Bastos apresentam o início de um projecto fotográfico que se desenrola através de dois gestos e dois espaços distintos da fotografia. Uma na proximidade do toque daquilo que é um corpo e a sua gestualidade, a outra no limiar da abrangência do espaço ao redor. «Fixam-se nos registos fotográficos fazeres e espaços do artesanato para os quais [são convocados] os seus processos, vocabulários e reflexões, (re)apresentando espaços e ações através de diálogos visuais estabelecidos entre os dois olhares». As duas autoras afirmam não entender este projecto, do qual provém esta série de imagens fotográficas, como documental; afirmando, ao mesmo tempo, um olhar duplo que se adensa, não por um processo de embelezamento daquilo que é o artesanato, mas pelo encontro de dois olhares que se vêem despidos, um perante o outro. EN «In this project, two artistic approaches are articulated on subject of the Portuguese artisanship. The artisanship in its own quotidian practice, the materials for the artefacts and the processes are part of the very body from which the register [starts] to happen. Through photography as a (poetic) substance and a vehicle of memories, the initial and common process takes place capturing, simultaneously in space and in time, the activities of the artisans in their places of action/work». Ana Lúcia Pinto and Rita Bastos present the beginning of a photographic project which evolves through two gestures and two spaces in photography which are very distinct from each other. One approaches the proximity of almost touching a body and its gestuality, the other attempts to encompass the environment. «In these photographic images, we capture the performances and the places of the artisanship, summoning their processes, vocabularies and reflections, (re)presenting spaces and actions through this visual dialog between these two ways of looking». Both the artists state that this project, from which this series come from, is a non-documental one; affirming, at the same time, a double way of seeing which becomes denser, not by a process of embellishment of what artisanship is, but through the encounter of two ways of seeing looking bare, one facing an other.
